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sábado, 5 de maio de 2012

Como Deus poderia abençoar as parteiras hebréias, se elas desobedeciam a autoridade governamental (Faraó), estabelecida por Deus, e a ela mentiam?

Parteiras diante de Faraó
Partindo da afirmação em Romanos 13:1, onde a Bíblia declara que "não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele instituídas". Também em Provérbios 12:22, lemos: "Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor". Vemos que as parteiras desobedeceram a Faraó, pois este havia dado uma ordem direta às parteiras hebréias para matarem os meninos hebreus recém-nascidos. "As parteiras, porém, temeram a Deus, e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito, antes deixaram viver os meninos" (Êx. 1:17).

Vemos, então que as parteiras não apenas desobedeceram a Faraó como também, quando ele as questionou a respeito de suas ações, mentiram, dizendo: "É que as mulheres hebréias não são como as egípcias; são vigorosas, e antes que lhes chegue a parteira já deram à luz os seus filhos" (Êx. 1:19). apesar disso, Êxodo 1:20 afirma que Deus "fez bem às parteiras...Ele lhes constitui família" (Êx. 1:20-21). Teria Deus abençoado as parteiras por desobedecer a Faraó e ter mentido para ele?

O texto deixa bem claro que houve uma desobediência da parte das parteiras em relação à ordem de Faraó, pois ele havia mandado matar todos os bebês hebreus recém-nascidos do sexo masculino, elas não só desobedeceram esta ordem direta de Faraó como também mentiram com a história de que sempre chegavam tarde demais para cumprirem as suas ordens. É certo que humanamente falando, Faraó pareceu demonstrar indiferença quanto à resposta delas, pois chegar atrasada em todos os partos poderia ser uma desculpa um pouco sem sentido, por que com certeza haviam muitos partos a se fazer, mas isso demonstra também a clareza do cuidado de Deus em preservar o seu tão sofrido povo.

Não obstante, há uma justificativa moral para o que elas fizeram. Primeiro, o dilema moral em que as parteiras se achavam era inevitável. Ou elas obedeciam à Lei maior de Deus, ou elas obedeciam a obrigação secundária de se sujeitarem ao perverso Faraó, que por sua vez, queria praticar tão grande infanticídio.

Em lugar de cometerem um infanticídio deliberado das crianças de seu próprio povo, as parteiras decidiram desobedecer às ordens de Faraó. Deus nos ordena que obedeçamos à autoridade governamental, mas antes Ele nos ordena também que não assassinemos ninguém (Êx. 20:13). A salvação de vidas inocentes é uma obrigação maior do que a obediência ao governo egípcio de então. Quando Faraó ordena matar vítimas inocentes, as parteiras de Deus não deveriam obedecer. Deus não considerou as parteiras por causa das mentiras ou da desobediência, e sim porque elas decidiram obedecê-Lo em primeiro lugar (cf. At. 4:1-19). No caso das parteiras, a lei maior referia-se à preservação da vida dos indefesos bebês recém-nascidos.

Segundo, vemos aqui a Bíblia se explicando perfeitamente e esclarecendo o por quê de Deus ter abençoado as parteiras, foi de fato "porque as parteiras temeram a Deus" (Êx. 1:17 e 21). Eis a resposta. Foi o temor que elas tiveram por Deus que as levou a fazer o que quer que fosse necessário para salvar vidas inocentes. Assim, a falsa desculpa delas a Faraó foi uma parte essencial de esforço que despenderam* para salvar vidas. O texto não defende a prática da mentira, mas evidencia que o temor a Deus traz benefícios de vida. E somente por meio do temor e confiança a Deus é que elas puderam praticar este ato, pois a história também é citada fora da Bíblia pelo historiador judeu Flávio Josefo que diz o seguinte: "O rei...publicou um edito pelo qual ordenava que se deveriam afogar todas as crianças hebréias do sexo masculino e ordenou às parteiras do Egito que observassem exatamente quando as mulheres fossem dar à luz, porque não confiava nas parteiras de sua nação. Esse edito ordenava também que aqueles que se atrevessem a salvar ou criar alguma dessas crianças seriam castigados com pena de morte, juntamente com toda a sua família."


salvo das águas
Vemos que as parteiras somente tinham um motivo para desobedecer a Faraó, o temor verdadeiro que expressaram a Deus, pois estavam sujeitas a pena de morte com todos os membros de suas famílias, se não tivessem uma fé sincera em Deus e um temor genuíno, jamais se arriscariam a tal façanha. Deus sempre terá à sua disposição pessoas com coragem para realizar os seus propósitos, pois foi por meio deste gesto de temor das parteiras que muitas crianças foram salvas da morte e o povo não pereceu por meio da mistura, pois sem homens, as mulheres teriam que se casar com os egípcios. Também vemos a coragem de uma outra mulher, Joquebede, a mãe de Moisés que escondeu-o por três meses e não o matou entregando-o a provisão de Deus que o salvou por meio da filha de Faraó (Êx. 2:1-10).Esse varão Moisés foi "salvo das águas" (este é o significado do nome Moisés; Mo em egípcio é "água", e isés, "preservado") para se tornar o libertador de seu povo.

Terceiro, elas tiveram que optar entre o infanticídio e deixar viver, elas então, decidiram pela obediência à lei moral maior. A obediência aos pais faz parte da lei moral (cf. Ef. 6:1). Mas se um pai ou uma mãe dá ordens para um filho assassinar uma pessoa ou para adorar um ídolo, este terá a opção de se recusar a obedecer esta ordem para obedecer a Deus. O nosso Mestre Jesus Cristo, enfatizou a necessidade de obedecer à lei moral superior quando disse: "Quem ama ao seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim" (Mat. 10:37). Também há outro mandamento que enfatiza a obediência maior: "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento." (Marc. 12:30).

Devemos considerar também que as Escrituras registram, mas nunca recomendam as falhas das pessoas tementes a Deus. Tendo as parteiras temido a Deus e se recusado a obedecer a um decreto sanguinário, vemos que expressaram lealdade a Deus se recusando a por em prática um decreto perverso e sanguinário.

Fontes de pesquisa:
GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1999.
DAVIDSON, F.. O Novo comentário da Bíblia. São Paulo: Editora Vida Nova, 3ª Ed., 1997.
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus: De Abraão à queda de Jerusalém. Rio de Janeiro: CPAD. 8ª Ed., 2004.
*Despender: esforço consumido ou usado (neste caso)

3 comentários:

  1. Um blog muito abençoado. Gostei e estou seguindo. Visite-nos.

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    1. Paz do Senhor Jesus,
      Agradecemos pela visita e e comentário. Esperamos poder ser instrumento de bençãos na vida de muitas pessoas. Estaremos visitando também o espaço Portal Evangelismo.

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  2. Muito esclarecedora esta mensagem, o assunto deve ter sido esclarecedor para os outros leitores como foi para mim, muito claro. Gostei

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