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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Porque Eliseu amaldiçoou 42 jovens de forma que eles foram despedaçados por duas ursas?

Teria sido injusto ou foi um juízo de Deus?

"Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo; sobe, calvo! E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no nome do SENHOR; então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos."II Reis 2:23-24

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Quando Eliseu se dirigia a Betel, foi confrontado por uns jovens que zombaram dele, dizendo: "Sobe, calvo!". Quando Eliseu ouviu isso, virou-se para eles e os amaldiçoou, e duas ursas saíram do bosque e despedaçaram os jovens. Como poderia ele fazer isso, amaldiçoando-os, por uma ofensa tão pequena?

Esta passagem bíblica é apenas mais uma entre tantas outras que tem sido mal interpretadas graças a tradução que ocorre em nossas Bíblias dos termos "rapazes pequenos" ou simplesmente rapazes (Trad. SBB; VC); ou meninos (Trad. ACeRF; ARIB; NVI). Analisando o texto levando apenas em consideração que eram crianças pequenas como alguns o julgam parece ter sido um juízo muito severo, pois se fossem realmente crianças, não poderiam imaginar qual seria a consequência de seus atos. A tradução das palavras hebraicas ne'arim qetannim termo correspondente a "rapazes novos" ou "jovens", leva-nos a entender que eram jovens crescidos, neste caso pessoas já integradas à sociedade, não crianças (Heb. na'ar).

Betel, lugar para onde o profeta Eliseu estava a caminho (v.23) era o lugar ou pátria do "bezerro de ouro" de Jeroboão e também de um grupo dos filhos dos profetas que haviam considerado Elias seu mestre. Neste caso, poderia haver uma forte tensão religiosa. Outro detalhe importante é que Eliseu teria sua cabeça coberta, como era costume do Oriente, como foi no caso de Elias (I Reis 19:13), de forma que "Sobe, calvo; sobe, calvo!" (II Reis 2:23) não representava uma falta de respeito infantil, mas um profundo e deliberado insulto. Naquela ocasião estavam insultando o novo líder dos filhos dos profetas de Betel, um escolhido de Deus para o ministério profético, sendo assim, afrontavam um enviado do Deus vivo e verdadeiro, em contraste com a abominação dos seguidores do bezerro de ouro.

Ao contrário do que parece, essa não foi uma ofensa assim tão pequena, porque os jovens trataram Eliseu com desprezo. Como o profeta era a boca com a qual Deus falava ao seu povo, o próprio Deus estava sendo maldosamente insultado na pessoa do seu profeta. Como ficou provado, eles não eram crianças pequenas e inocentes. Eram jovens maldosos, comparáveis às gangues de rua dos dias de hoje. Daí, a vida do profeta foi exposta ao perigo pelo grupo, que era numeroso, pela natureza do seu pecado e pelo óbvio desrespeito que eles demonstraram à autoridade de Eliseu. Por certo que representavam algum tipo de ameaça, caso contrário não haveria a necessidade da proferida maldição.

Ainda, a ação de Eliseu teve o propósito de amedrontar os participantes de quaisquer outros grupos que afrontassem ou que representassem algum tipo de ameaça aos profetas do Deus de Israel . Se eles não temessem zombar de um honrado homem de Deus como Eliseu, poderiam ter sido uma ameaça à vida de todo o povo de Deus. Há alguns comentaristas que acreditam que o "sobe calvo" poderia ser uma referência ao arrebatamento de Elias, por isso zombavam de Eliseu dizendo para que fizesse o mesmo. O profeta agiu por impulso divino, caso contrário o próprio Deus não teria realizado o juízo, pois não se deixa escarnecer (Gál. 6:7).

Por fim, alguns comentaristas observam que o que eles clamaram tinha o propósito de desafiar a condição de Eliseu como profeta. No fundo, eles estavam dizendo: "Se você é um homem de Deus, por que você não sobe ao céu como Elias?" O termo "calvo" pode ter tido uma conotação decorrente do fato de que os leprosos raspavam a cabeça. Tal comentário dava a impressão de que os jovens consideravam Eliseu como um detestável rejeitado. Não foi Eliseu que tomou a vida deles, mas Deus, pois somente ele poderia ter
dirigido as ursas naquela hora, para atacá-los. É evidente que, por terem zombado desse homem de Deus, aqueles jovens revelaram sua verdadeira atitude para com o próprio Deus. Um desprezo assim para com o Senhor é punível com a morte. Outra coisa importante é observarmos que as Escrituras não dizem que Eliseu orou para que tal tipo de castigo acontecesse. Foi claramente um ato de Deus em juízo sobre aquela ímpia atitude daqueles jovens.

Bibliografia consultada:
GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. 1ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.
DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia. 3ª Ed. São Paulo: Ed. Vida Nova, 1990.
HENRY, Mattew. Comentário Bíblico de Mattew Henry: 4ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

2 comentários:

  1. Muito boa explicação desde novinha ouvia dizer que eram meninos de Rua por meio de hóstias e canções infantis. Foi uma revelação muito gratificante, estudo excelente!!

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