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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Deidade do Senhor Jesus Cristo

“Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”
Um dos assuntos mais discutidos e comentados na Bíblia está ligado ao fato de Jesus Cristo ser apresentado como Deus. Para muitos, negar esta verdade é algo muito simples, pois como um homem poderia ser Deus? Porém esta afirmativa é algo que está presente nas Escrituras Sagradas desde o A.T., em diversas passagens, que por sua vez revelaram a vida do Senhor Jesus, seu extraordinário caráter, seu sofrimento, sua divindade e diversos outros fatos relacionados à sua vida.

É certo que sabemos que existem inúmeros pensamentos acerca da Pessoa de Cristo que não estão de acordo com a Bíblia, e que não passam de ensinos de mentes rebeldes à Palavra de Deus que querem criar um ‘cristo’ diferente, contradizendo assim o que a Bíblia nos apresenta sobre o Senhor e Salvador Eterno, Jesus Cristo. Desde a época de Jesus, as dúvidas permeavam a mente das pessoas. Foi assim com os contemporâneos de Jesus, e ainda hoje isso acontece, cada um quer dar a sua própria opinião a respeito do assunto. As opiniões sobre Jesus eram as mais diversas, alguns quando o viam comendo o chamavam de glutão (Mat. 11:19); outros afirmavam piamente que o Mestre enganava o povo (Jo. 7:12).

Superstições e falsos pensamentos estavam arraigados nas mentes até mesmo de seus patrícios, que ao ver Jesus em determinadas situações mudavam o que pensavam sobre Ele. Sobre quem Ele era, alguns diziam ser: João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas (Mat. 16:14). Mas ninguém, exceto aqueles que estavam próximos a Ele, como eram seus discípulos, sabiam quem de fato era Jesus (Mat. 16:15-16). Assim, somente aqueles que dão créditos para a Palavra de Deus, podem afirmar: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo. 20:28).

Quando o próprio Senhor Jesus pergunta sobre quem Ele seria, Pedro responde com magnificência: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo” (Mat. 16:16). Com a aprovação de Cristo, recebeu a resposta: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus” (Mat. 16:17 NVI). O fato disso ficar em suspenso na mente das pessoas e haver vários pensamentos diferentes a respeito da Pessoa de Cristo, é o fato de buscarem as respostas em si mesmos ou fora da revelação de Deus. A revelação da Pessoa de Cristo não vem por meio de canais humanos ou naturais, é produto da revelação divina (Mat. 16:17).

João Batista disse de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (João 1:29); Paulo, o apóstolo, disse que Jesus é aquele no qual tudo subsiste (Col. 1:17); em Hebreus Jesus nos é apresentado como o “Sumo-Sacerdote...Santo, sem culpa, sem mácula, separados dos pecadores e feito mais alto do que os céus...” (Heb. 7:26). Acerca do Senhor Jesus, Deus, o Pai disse: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mat. 3:17). Em Apocalipse 19:16 Ele é o “Rei dos reis e Senhor dos senhores”.

E você, quem diz ser Jesus?

"Quando se cumprem em Cristo, não há espaço 
para ambiguidades"
É fato que existem muitas pessoas que não aceitam a divindade de Jesus, muitos críticos da Palavra de Deus afirmam que os cristãos usurpam o Antigo Testamento, tentando vincular as profecias aos feitos registrados no Novo Testamento. A afirmação de tais críticos é que os profetas e aqueles que viveram nos tempos dos escritos do Antigo Testamento sequer sabiam que os mesmos se referiam a Jesus Cristo. Em defesa desse assunto, Norman Geisler e Frank Turek, dois grandes apologistas cristãos falam com muita propriedade:


“Pode ser verdade que certas profecias messiânicas do AT tenham se
tornado claras apenas à luz da vida de Cristo. Mas isso não significa
que tais profecias sejam menos impressionantes. Veja da seguinte
maneira: se não podemos fazer as peças de um quebra-cabeça terem
sentido sem a tampa da caixa, por acaso isso significa que ninguém
criou o quebra-cabeça? Não. Isso significa que não existe um projeto
no quebra-cabeça? Não. De fato, assim que se vê a tampa da caixa,
rapidamente percebe-se não apenas de que maneira os pedaços se
encaixam, mas quanto projeto foi requerido para planejar as peças
dessa maneira. Do mesmo modo, a vida de Jesus serve como a tampa
da caixa para muitas peças do quebra-cabeça profético encontrado
por todo o AT (…). Alguns já resumiram essa questão da seguinte
maneira: no AT, Cristo está oculto; no NT ele é revelado. Embora
muitas profecias sejam claras de antemão, algumas só podem ser
vistas à luz da vida de Cristo. Aquelas que se tornam claras depois de
Cristo não deixam de ser um produto do projeto sobrenatural como
o são aquelas que já estavam claras antes de Cristo.”
As profecias do Antigo Testamento não podem ser confundidas com os vaticínios dos médiuns a adivinhos, estas sempre são ambíguas; quanto ao seu cumprimento, as profecias do A.T. são bastante claras, perfeitas. Quando se cumprem em Cristo, não há espaço para ambiguidades:

"Ao contrário das predições dos adivinhos, as profecias bíblicas são específicas, e dão muitas vezes o nome da tribo, cidade e época da vinda de Cristo. Nenhuma dessas predições bíblicas pôde cair por terra. As profecias a respeito de Cristo foram escritas centenas de anos antes d'Ele nascer, por si mesmos, os profetas não poderiam ter em mente as tendências da época em que se cumpririam. Caso fossem predições ao acaso, feitas pela habilidade humana jamais poderiam ter se cumprido com tanta precisão como se cumpriram em Cristo. Por exemplo:
  • Quando nasceria (Dan. 9:24-27);
  • O nome da cidade onde nasceria (Miq. 5:2);
  • Como nasceria e seu nome ( Is. 7:14);
  • A forma de morte que teria de enfrentar. Neste Salmo, por exemplo, vemos toda a agonia de Jesus na cruz ( Sal. 22; Is. 53). E em Isaías o sofrimento do Mestre;
  • Relato de seus milagres exatamente como os realizou ( Is. 35:5-6);
  • Relato da rebeldia dos povos contra o Senhor e seu Cristo (Sal. 2);
  • Relato de sua ressurreição dentre os mortos (Sal. 16).
De forma extraordinária e precisa tudo isso se cumpriu em Cristo Jesus, contrariando a afirmativa de que Ele teria manipulado os acontecimentos a seu favor. Só para citar, se Ele tivesse intenção de manipular os fatos, como teria condições de manipular a reação das pessoas diante de sua crucificação (Sal. 22), ou a forma de morte a qual deveria de sofrer? Existem, é claro, várias outros acontecimentos a favor única e exclusivamente da soberania de Deus ao fazer tudo o que disse se cumprir, pois Este, não pode, de maneira nenhuma, mentir (Tito 1:2). Todas as evidências apontam para Jesus como o cumprimento divinamente determinado das profecias messiânicas. De fato, Jesus era o homem de Deus, confirmado pelos sinais de Deus (At. 2:22).

Vejamos algumas profecias do A.T. que se cumprem em Cristo no N.T.:
  • Salmo 22:1 com Mateus 27:46 - O clamor extremo de Cristo;
  • Salmo 22:7-8 com Mateus 27:29, 41-44; Marcos 15:24; Lucas 23:34; João 19:24 - Momento em que os soldados lançam sortes sobre as vestes de Jesus;
  • Salmo 34:20 com João 19:31-36 - Os ossos do Messias não são quebrados como os dos outros dois malfeitores;
  • Salmo 41:9 com João 13:18 - O Messias é traído por um amigo;
  • Salmo 69:21 com João 19:29 - A sede do Messias;
  • Isaías 7:14 com Mateus 1:18-23; Lucas 1:26-35 - O nascimento virginal do Salvador;
  • Isaías 9:1-2 com Mateus 4:13-16; Marcos 1:14-15; Lc 4:14,15 - O ministério começa na Galileia;
  • Isaías 9:7 com João 1:1 e 18 - O Messias é Deus;
  • Isaías 53:9 com Mateus 27:57-60 - Jesus é sepultado no sepulcro de um homem rico, etc...Há ainda diversas passagens no A.T. que apontam para Cristo, por enquanto, nos bastam estas.
E o Verbo se fez Carne

"A encarnação de Deus na Pessoa de Jesus Cristo é, 
sem dúvidas, um dos grandes mistérios da doutrina cristã"
A encarnação de Deus na Pessoa de Jesus Cristo é, sem dúvida, um dos grandes mistérios da doutrina cristã, quando o Deus infinito e eterno assumiu a forma finita e limitada, ao voluntariamente revestir-se de carne para nascer e crescer entre os homens, para com isso constituir-se em propiciação por nossos pecados, e de justificação eterna para nossas almas. Deus encarnou-se em Cristo para que no seu próprio corpo, pudesse levar na cruz as penalidades que eu e você estávamos sujeitos. Tudo bem que muitas pessoas não conseguem crer neste fato tão real e importante ao mesmo tempo para nossas vidas, pois é algo que satanás tentará levar as pessoas a nunca acreditarem, simplesmente pelo fato de que a salvação do homem depende de sua fé incondicional neste Jesus que é o Verdadeiro Deus e a vida eterna (I Jo. 5:20). E quando o homem não suporta que em Cristo Jesus está a salvação para a raça humana, este andará por caminhos tortuosos perdendo assim a sua alma, eternamente.

Jesus nasceu em uma estrebaria simples, foi rejeitado pelos religiosos de sua época, foi vestido de um manto de vergonha no ato de sua crucificação para que pudéssemos ser vestidos com o linho fino e resplandecente de sua justiça. Na cruz Ele foi desamparado, para nos colocar sob os constantes afetos do Pai. Ele entregou sua vida na cruz para nos dar o direito de participarmos da verdadeira vida na presença de Deus, e vida sem fim. Na primeira parte de João 1:1a, lemos: "No princípio era o Verbo". Ele já existia antes até mesmo de Gênesis 1:1, o Verbo já estava com o Pai. "Todos as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele, nada do que foi feito se fez" (Jo. 1:3). Desta forma, Ele não pode ser uma criatura, porque nada há no universo que não tenha vindo d'Ele. Antes da criação e do tempo começar, Ele já existia (Jo. 8:58). Isso diz respeito a eternidade de Jesus.

A sua preexistência: Ele existe desde os séculos eternos

"Preexistência se refere ao período 
da existência de Cristo anterior ao seu
nascimento físico em Belém"
O termo preexistência se refere ao período da existência de Cristo anterior ao seu nascimento físico em Belém da Judeia. Poucos ainda hoje pensam no aspecto da realidade da existência de Cristo antes de seu nascimento virginal por meio de Maria (Miriam no original). Por meio das Sagradas Escrituras, entendemos que Cristo nasceu em Belém da Judeia há mais de dois mil anos atrás, e também podemos ler que Cristo já existia eternamente antes de vir de seu nascimento físico, isto é de certo modo, bastante claro na Bíblia.

Ele já existia antes da criação do mundo

Em sua oração sacerdotal, no Evangelho de João, Jesus Cristo faz menção de sua preexistência ao falar com o Pai: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse." (João 17:5). Ainda no decorrer desta oração, Jesus disse: "porque tu me amaste antes da fundação do mundo." (João 17:24b). Em suas próprias palavras, Jesus fala de sua preexistência dirigindo sua fala para os fariseus, dizendo: "Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou" (João 8:58). Discurso parecido com aquele que Deus usou para falar com Moisés em Êxodo 3:14 ao se revelar como o "Eu Sou o Que Sou". Os judeus entenderam com perfeitação a comparação que Jesus fez com o Deus do A.T., por isso pegaram em pedras para matá-Lo (Jo. 8:59).

O Alfa e o Omega

Ao trazer sua revelação para o apóstolo João, no livro de Apocalipse, com voz poderosa Ele se apresenta dessa forma: "Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. (Apoc. 1:8). Estas duas letras, como muita gente já sabe, são letras do alfabeto grego, Alfa a primeira, correspondente ao nosso "A"; Omega a última, correspondente ao nosso "Z". Cristo é eterno no sentido pleno da palavra.

Os ensinos que os apóstolos deixaram para a posteridade, deixam bem claro sobre quem Cristo é, seus escritos nos ensinam que Ele é verdadeiramente o Deus Salvador. Os discípulos de Cristo viveram em local e época em que aceitar as Palavras de um homem que afirmou ser Deus dentro do contexto da cultura e concepção de quem é Deus para os judeus, seria impossível aceitar suas palavras se Ele não fosse quem Ele disse ser. A maioria dos seguidores contemporâneos de Jesus, eram judeus, profundamente arraigados em suas raízes religiosas com convicções monoteístas plenas, e nem por isso deixaram de reconhecer o Senhor como o Deus encarnado. O apóstolo Paulo, que teve uma profunda formação rabínica, pois foi instruído por um dos mais influentes rabinos de seu tempo, o sábio Gamaliel (At. 22:3; At. 5:34), seria talvez um dos menos prováveis a atribuir divindade a Jesus, ou adorar alguém nascido na pequena cidade de Nazaré e chamá-lo de Senhor. Mas o que foi que ele fez? Reconheceu Jesus como Deus. Em sua epístola a Tito, o apóstolo chama Jesus de "...nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo". Vejamos também outras afirmações apostólicas sobre Jesus:
  • Primeiro e o Último (Apoc. 1:17; 2:8; 22:13);
  • A verdadeira Luz (Jo. 1:19);
  • Supremo Pastor (I Ped. 5:4);
  • Redentor (Apoc. 5:9);
  • Perdoador de Pecados (At. 5:31; Col. 3:13);
  • Juiz de vivos e mortos (II Tim. 4:1).
Estes títulos estão todos ligados à Deus no A.T. Por isso, podemos afirmar que uma simples pessoa ou um mestre qualquer jamais receberia os mesmos atributos divinos que podemos ver o próprio Deus recebendo no A.T.

Os discípulos do Mestre Eterno atribuíram vários outros atributos a Ele, tais como:
  • Poder para perdoar pecados (At. 5:31; 13:38);
  • Criador (Jo. 1:2; Col. 1:16);
  • Sustentador de todas as coisas (Col. 1:17);
  • Relacionaram o Nome de Jesus ao Deus Pai para orações e ações (At. 7:59; I Cor. 5:4; Gal. 1:3; Ef. 1:2; Mat. 28:19; II Cor. 13:14);
  • Chamaram Jesus de Deus (Jo. 20:28);
  • Paulo afirmou que em Cristo habita toda a plenitude da divindade (Col. 2:9); e o chamou de Grande Deus e Salvador (Tito 2:13);
  • Foi chamado de Deus antes de sua encarnação (Fil. 2:5-8);
  • O apóstolo João o chamou de Deus no relato do Verbo que se fez carne (Jo. 1:1);
  • Deus e Senhor (Judas 4);
  • Onipotência (Mat. 28:18), “É me dado todo o poder no céu e na terra”. Todo poder pertence a Deus. Jesus tem todo poder.
Nestes termos, fica bastante claro que os discípulos entenderam as palavras de Jesus, e anunciaram a sua divindade sem hesitar. Estas passagens bíblicas são algumas amostras claras quanto a Pessoa de Jesus no tocante ao que nos ensina o N.T. sobre a sua divindade. Os chamados pais da igreja, também fizeram apologia à divindade de Cristo. Irineu de Lião disse:
“Disse [João], portanto, corretamente: ‘No Princípio era o Logos
[Verbo]‘, de fato estava no Logos, e ‘o Logos estava com Deus’,
assim como estava o Princípio, e o Logos era Deus, por
conseqüência, porque o que nasceu de Deus é Deus”.
Infelizmente, mesmo diante de tão grande nuvem de testemunhos da Palavra de Deus, muitas seitas ainda negam a divindade do Salvador.

Sua Natureza Eterna


"Ele não teve início, tão pouco terá fim"
Quando fazemos menção da natureza eterna de Cristo, abordamos um tema muito complexo e difícil de aceitar a não ser que seja pela fé naquilo que nos revela a Palavra de Deus. Por isso, para que possamos entender mais a fundo sobre a natureza eterna do Senhor Jesus, precisamos além de ler a Bíblia, buscar a direção de Deus através do seu Maravilhoso Espírito para que possamos entender com mais clareza sobre o tema. Sendo o Salvador um ser Eterno, Ele não teve início, tão pouco terá fim, por que é Eterno no sentido pleno da palavra. Sendo Ele Eterno, perguntas tais como: "Quando Cristo começou a existir, ou como Ele se originou", não devem ser nossa preocupação. Ele é Eterno e devemos aceitar a explicação da Bíblia, por ser esta a bendita Palavra de Deus. O que interessa para o crente em Cristo é o que a Bíblia ensina sobre sua preexistência, não o que se pensa ou o que se diga d'Ele fora dos parâmetros bíblicos. Os achismos humanos não encontram lugar para um tema tão extraordinário como é a Pessoa de Cristo.

As afirmações do Salvador acerca de si mesmo

Em muitos casos, as declarações do Senhor Jesus estão ligados à referências do A.T. que falam sobre Deus. Um homem comum jamais poderia ter tais atributos.

Marcos 2:5-12

“E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: filho, perdoados estão os teus pecados” (v. 5). Jesus pôde perdoar os pecados daquele homem. Quem mais perdoa pecados senão Deus? E os escribas ali presentes sabiam disso (v.7). Nesta passagem, Jesus não só perdoou os pecados do homem, mas também o curou e ainda repreendeu os escribas (vs. 8-12).

Para o estudioso Donald A. Carson, doutor em N.T., uma das grandes evidências da divindade de Cristo é o perdão de pecados:

“De todas as coisas que Ele fez, a que mais me surpreende é o perdão de pecados (…). Se você faz alguma coisa contra mim, tenho o direito de perdoá-lo. Todavia, se você faz algo contra mim e aí vem uma pessoa e diz ‘eu lhe perdôo’, que ousadia é essa? A única pessoa capaz de pronunciar genuinamente essas palavras é Jesus, porque o pecado, mesmo se cometido contra outras pessoas, é, antes de tudo e principalmente, um desafio a Deus e às suas leis (…). Aparece então Jesus e diz aos pecadores: ‘os seus pecados estão perdoados’. Os judeus imediatamente viram nisso uma blasfêmia. Eles reagiram dizendo: ‘quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?’”

O doutor Carson se exprimiu esplendidamente em sua afirmação. Ao perdoar pecados, Jesus exerceu autoridade divina.

Marcos 14:61-64

“Mas ele calou-se, e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito? E Jesus disse-lhe: Eu o sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu. E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas? Vós ouvistes a blasfêmia, que vos parece? E todos o consideraram culpado de morte.” Jesus chama a si mesmo de "Filho do Homem" em muitas passagens do N.T. (Mt 8.20; 9.6; 12.40; 13.41; Lc 18.8; 19.10; 21.36). Segundo João Weronka, autor do livro "Apologia da Divindade de Cristo" p.22, a narrativa de Marcos 14:61-64 tem em si uma afirmação muito sólida. Quando faz essa referência de si mesmo com o título de "Filho do Homem", vemos uma citação que se encontra no livro do profeta Daniel, capítulo 7. Os versículos 13 e 14 dizem: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do Homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal que não será destruído.” Esta referência profética trata de Deus, como está muito claro no texto (Ipsis litteris).

Caifás e seus assistentes entenderam muito bem o que Jesus disse a eles com a resposta direta “eu sou”. Jesus afirmou ser o 'Filho do Homem', em referência à Daniel 7, e isso gerou em Caifás e nos seus tamanho escândalo que o mesmo rasgou suas vestes e acusou Jesus de blasfêmia. Aqueles homens entenderam que Jesus afirmou ser Deus (Apologia da Divindade de Cristo, p. 22. Ipsis litteris).

Tal afirmação de Jesus diante do Sinédrio, reivindicando ser Deus e digno de adoração (e todos sabem que apenas Deus é digno de adoração), resultou em definitivo no sacrifício da cruz, pois daquele momento em diante iniciou-se o sofrimento de Jesus, seus flagelos, escárnio e finalmente a morte na cruz  (Apologia da Divindade de Cristo, p. 22. ipsis litteris).

Jesus, sabendo o que suas palavras causariam poderia ter voltado atrás, mas não o fez, por que Ele sabia quem de fato era (e sempre será), o Verbo que se fez carne.

João 10.30-38

“Eu e o Pai somos um” (v. 30). Após pronunciar estas palavras, Jesus quase foi apedrejado pelos judeus, que o acusaram de blasfêmia (v.33), pois isso é igual a dizer "...te fazes Deus a ti mesmo". (João 10:33).

Somente no Evangelho de João existem várias bases sólidas suficientes para comprovar a divindade de Cristo, mesmo assim, apresentamos muitas outras passagens que comprovam que o Verbo que se fez carne é o "nosso Grande Deus e Salvador" (Tito 2:13). É claro que, o que apresentamos é apenas um lampejo diante de tudo o que nos é apresentado nas Escrituras a respeito da divindade de Cristo, mas por hora bastam as provas apresentadas, as quais cremos ser suficientes para que possamos entender um pouco mais sobre esta Pessoa tão Maravilhosa que é o Senhor Jesus o qual "... padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito" (I Ped. 3:18). 

"Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém." (Rom. 11:36). Qual é o seu Jesus, o Deus e Salvador eterno, ou um mestre iluminado?

WERONKA, João Rodrigo. Apologia da Divindade de Cristo. 1ª Ed. São José dos Pinhais: NAPEC, 2011.
ROYER, Gary L. Cristologia: O Verbo Eterno e Divino se fez carne. 2ª Ed. São Paulo: EETAD, 1993.
SOARES, Esequias. Cristologia: A Doutrina de Jesus Cristo. 1ª Ed. São Paulo: Hagnos, 2008.
KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi. Dicionário da Bíblia de Almeida: 2ª Ed. São Paulo: SBB, 1999.

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