A Doutrina de Cristo (Cristologia)

Algo que não pode escapar aos nossos olhos e corações é o estudo a respeito da Pessoa de nosso Salvador. Se queremos alcançar vidas para Deus e falar do amor do Senhor para as pessoas, precisamos conhecer um pouco mais sobre Jesus, conhecendo mais, poderemos apresentar a Cristo de forma mais abrangente para nossos amigos, familiares e para quem quer que seja. Conhecendo sobre Jesus, podemos apresentá-lo não como o mundo o conhece, mas como a própria Bíblia o apresenta. Ele é Deus, Salvador, Senhor, tem uma natureza divina e humana, tem um nome que está acima de qualquer outro, jamais pecou, porém morreu pelos pecadores. Jesus é o verbo divino que se fez carne, e já existia antes da criação do mundo, ou seja, é Eterno.

Para conhecer mais sobre Jesus, começaremos por falar de forma clara, porém coerente com a sua Palavra sobre o que vem a ser Cristologia, que é o estudo da pessoa e obra de Cristo ou a doutrina de Cristo. A palavra portuguesa CRISTO veio do grego e quer dizer "O Ungido" e "LOGIA" também do grego, quer dizer estudo, tratado; logo, Cristologia quer dizer estudo ou tratado a respeito de Cristo.

A natureza de Cristo (divina)

Sabemos por meio do estudo sistemático da Palavra de Deus que Cristo tem a natureza 'divina' e a natureza 'humana', todas estão claras na Bíblia. A natureza divina ou a deidade de Cristo é-nos apresentada com muita clareza na Bíblia, principalmente no Evangelho de João, considerado um dos livros mais teológicos do N.T. e que mais fala a respeito de sua natureza. É no Evangelho de João que podemos ler que Cristo tinha conhecimento de sua natureza divina (Jo. 3:12-13; 8:58; 14:9-10). Jesus sabia de onde tinha vindo, que existia antes de Abraão, que estava no Pai e o Pai estava n'Ele. Jesus assumiu prerrogativas exclusivas da divindade tais como a Onisciência e a Onipotência (Mat. 18:20, capacidade para saber que pessoas estão reunidas em seu nome e se fazer presente entre eles). Devemos saber que, se Jesus pode estar em todos os lugares do mundo onde estiverem crentes reunidos em seu santo nome, isso só pode ser chamado de "Onipresença", atributo exclusivo da divindade.

Ainda no A.T., podemos ver várias passagens que revelam Deus tendo poder de conhecer os pensamentos dos homens, e no Salmo 139:1-4, o salmista declara que o Senhor Deus conhece os seus pensamentos e as palavras antes de as pronunciar; Mateus 9:4, no episódio do paralítico de Cafarnaum, nos conta que Jesus conhecia os pensamentos dos fariseus. O único que podia conhecer os pensamentos dos homens no A.T. era Deus, e isso fica claro com Jesus no N.T. Portanto, vemos Jesus manifestando Onisciência nesta passagem.

Jesus mostrou para os fariseus de sua época que tem poder para perdoar pecados (Marc. 2:5-7), e tendo poder para perdoar pecados, revelou sua natureza divina. Algo que era bem conhecido dos fariseus, pois eles bem sabiam que só Deus podia realizar tal feito, perdoar pecados; Jesus demonstrou ter poder para ressuscitar mortos (Jo. 6:39-40); proclamou ser Juiz e Árbitro do destino dos homens (Mat. 25:31-32; Jo. 5:22); Jesus revelou ter conhecimento do futuro (Jo. 18:4). Jesus demonstrou ter poder e controle sobre as forças da natureza. No A.T., lemos nos Salmos 65:7/89:8-9 que Deus tem poder para acalmar o mar, e esse poder Jesus demonstrou ao acalmar uma tempestade (Mat. 8:26-27). Os discípulos ficaram admirados e exclamaram: "Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?". Eles ficaram admirados por que conheciam bem o livro dos Salmos, que atribuíam poder de livramento ao Todo-Poderoso.

A respeito de Jesus, a Bíblia declara tanto no A.T. como no N.T. a deidade de Cristo:

1. Deus Forte, Pai da Eternidade - Isaías 9:6
2. Verbo se fez carne, estava com Deus e era Deus, presente na criação - João 1:1-3
3. Tomé o chama de "Senhor meu e Deus meu" - João 20:28 
4. Forma de Deus - Fil. 2:6 
5. Grande Deus e Salvador - Tito 2:13
6. Seu nome é igual ao Pai e ao Espírito Santo - Mat. 28:19; II Cor. 13:14 

A natureza de Cristo (humana)

Em muitas passagens vemos Jesus chamando a si mesmo de homem e também sendo chamado assim (Jo. 3:14; At. 2:22; Rom. 5:15; I Tim. 2:5). Jesus também possuía elementos essenciais da natureza humana, tais como:

1. Sentiu fome - Mat. 4:2
2. Sentiu necessidade de descansar - Mat. 8:24; Jo. 4:6
3. Teve sede - Jo. 19:28
4. Sentiu amor - Marc. 10:21
5. Sentiu indignação - Marc. 3:5

Lendo o Evangelho de João na passagem da mulher samaritana (Jo. 4:6-18) vemos Jesus manifestando sua natureza humana e divina, pois primeiro achou-se cansado da viagem (cansaço faz parte da natureza humana, v. 6); depois oferece à mulher água viva ... para a vida eterna e revela conhecimento de sua história falando a respeito de seus cinco maridos (v. 17), revelando com isso poder para dar vida eterna e Onisciência. Jesus como homem teve que passar por todas as fases de desenvolvimento humano:

1. Cresceu fisicamente (Luc. 2:40-42; 3:23)
2. Passou por tentações (Heb. 2:18; Mat. 4:1-11)
3. Passou pelo processo de aprendizado (Heb. 5:8)
4. Sofreu muito em agonia (Luc. 22:44)
5. Foi perseguido pelos fariseus (Luc. 11:16; Jo. 8:6; Mat. 19:3; Marc. 10:2)
6. Passou pela morte (Jo. 19:30-33)
7. Teve que ser concebido, porém de forma sobrenatural (Luc. 1:34-35)

Jesus em sua humanidade foi completamente íntegro e perfeito, foi tentado em tudo, porém não conheceu o pecado, vivendo incontaminado neste mundo (Jo. 8:46; II Cor. 5:21; Heb. 4:15; I Ped. 1:19). Segundo os teólogos, Jesus Cristo pode ser conhecido como o Homem-Deus, ou seja, 100% Homem e 100% Deus. Tendo uma união de duas naturezas indissolúveis e perfeito para sempre (Heb. 7:24-28).

E o Verbo se fez carne

O Verbo (Jesus) se fez carne por meio da obra e poder do Espírito Santo no ventre de Maria (Mat. 1:18-25; Luc. 1:31-35). Este Homem que é Deus, impecável como diz a Escritura (Jo. 8:46), foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, sem nunca ter pecado, é nosso socorro sempre presente (Heb. 2:18; Heb. 4:15) e o Verbo divino. Jesus é chamado nas Escrituras de 'O Santo', e essa natureza de Cristo sem pecado estava ligada indissoluvelmente à personalidade de Cristo, a qual era a personalidade de Deus, e por isso, jamais Ele consentiria em pecar. A impossibilidade de Jesus pecar é de grande aceitação no meio teológico, pois a natureza divina de Cristo era a sustentação da sua natureza humana, e por isso podemos afirmar que Jesus jamais, em hipótese alguma pecou ou possuiu uma natureza pecaminosa. Ele não pecou porque sua personalidade não consentiu e jamais consentiria com o pecado, Jesus ainda é apresentado como santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores (Heb. 7:26), por isso, sem pecado de fato. Este pensamento não anula a sua obediência tão exaltada nas Escrituras.

Antes da encarnação

Antes da encarnação Jesus tinha apenas uma natureza, a divina. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (João 1:1). Baseados em tudo o que vimos até aqui, esperamos poder ajudar nossos amados irmãos e enriquecê-los para que possam apresentar aquele que é mais sublime que os céus aos homens.

"E, depois destas coisas ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor nosso Deus;" (Apoc. 19:1)

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Fontes pesquisadas:

CAMPOS, Geraldo M. Teologia em Perguntas e Respostas: 1ª Ed. Minas Gerais.

Tradução utilizada: ACeRF