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terça-feira, 1 de abril de 2014

O Cordeiro Sobre o Monte Sião

Antes de tratar do derradeiro juízo do período da Grande Tribulação, o Apocalipse apresenta-nos uma visão, cuja tônica é marcantemente positiva. O capítulo 13 termina com um retrato de fome e morte, tendo como pano de fundo a marca da besta. O capítulo 14 é profético, porém não cronológico. Traz um evidente contraste com o quadro anterior na medida que apresenta um retrato glorioso de vitória. Suas três visões, separadas e distintas, começam com as palavras gregas kai - eidon (versículos 1,6,14), traduzidas como "e olhei".

O Cordeiro Sobre o Monte Sião (Ap 14.1)

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte de Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome dele e o de seu Pai.”

O capítulo 14 adianta-se com a finalidade de dar uma visão antecipada do tempo em que Jesus, como o Cordeiro de Deus, efetivar sua vitória sobre o Monte Sião, que será a capital do Reino Milenial.

(Dar-se-á também o cumprimento de Salmos 2.6, apesar de alguns estudiosos preferirem Hebreus 12.22-24, afirmando ser esta a Sião Celestial). Enquanto o Anticristo está se estabelecendo como deus em Jerusalém, e procurando quem o adore, a Bíblia não pode esperar para informar-nos que o reino e a glória da besta são como nada quando comparados com o reino e a glória do Cordeiro. A marca da besta e a adoração forçada que exige são também como nada diante do novo cântico que os seguidores do Cordeiro cantarão diante do trono. (Alguns comentaristas não conseguem entender que os escritos de João não possuem o mesmo rigor cronológico dos livros do Antigo Testamento. Consequentemente, buscam localizar a Jerusalém celestial aqui. Isto porém contraria o espírito do livro).

Com o Senhor Jesus estão os 144.000. Em contraste com os que tomaram a marca, ou o nome, da besta na mão direita ou na testa, estes santos trazem o nome do Pai de nosso Senhor Jesus Cristo em suas testas. Suas mentes e corações são identificados como pertencentes a Ele. Foram transformados, glorificados e feitos semelhantes ao Cordeiro. São vitoriosos, pois entregaram suas vidas integralmente ao Senhor, e são-lhe fiéis.

Tem havido muita controvérsia acerca desses santos. Dizem alguns serem os mesmos 144.000 saídos das 12 tribos de Israel, conforme nos mostra o capítulo sete. Outros dizem ser mais provável que estes sejam crentes fiéis e consagrados oriundos de diferentes lugares e épocas. O Ainda outros acreditam que o número 144.000 não representa um número limitado. Vêem-no como um número de plenitude, de maneira a incluir todos os crentes que tem andado com o Senhor, mantido a sua devoção a Deus e a Cristo, e demonstrado seu amor e fidelidade ao serviço cristão. Seja como for, podemos ter certeza de que Jesus conhece os que lhe pertencem.

Um Novo Hino Diante do Trono (Ap 14.2,3)

"E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra."

Neste trecho, João parece estar na terra, pois ouve uma voz "do céu". A descrição desta voz traz-nos à mente 1.15, onde a voz de Cristo soa como "muitas águas", e 6.1, onde a abertura do primeiro selo é acompanhada por "uma voz de trovão". Descrições como estas fazem-nos lembrar do Antigo Testamento (Ez 1.24; 43.2). Todavia, o plural indica que são vozes, combinadas harmonicamente, dos que se acham no céu.

Depois, João ouve uma multidão de harpistas acompanhando o hino. (Como aqueles de 5.8, estas harpas são as kitharas do grego, ou lira; ver também 15.2). À semelhança da voz, a música é também procedente do céu. É uma combinação perfeita entre a orquestra e o coral das regiões celestiais.

Os harpistas cantavam "como se fosse um hino novo". Não era totalmente novo; muitos de seus temas já haviam sido expostos anteriormente até mesmo no Antigo Testamento. São novos no sentido em que são uma expressão nova da bondade divina e de sua salvação (SI 33.3; 40.3;96.1; 98.1;44.9). Esses temas são novos pois a experiência de quem os entoa, constitui-se num contraste com a experiência dos que estavam sob a antiga aliança.

Embora o cântico proceda do céu, não é necessariamente para ser ouvido na terra. Os harpistas-cantores estão "diante do trono" e dos quatro seres viventes e dos vinte e quatro anciãos, conforme João presenciara no capítulo quatro. O louvor é para ser ouvido nas regiões celestiais, pois visam a glorificação do nome do Senhor.

Para alguns, estes harpistas fazem parte das fileiras angelicais. A natureza do cântico, todavia, não corrobora tal posição. A Bíblia declara que ninguém pode aprender o cântico "senão os cento e quarenta e quatro mil". Portanto, os harpistas-cantores são os 144.000. A esta altura, cantam o novo cântico diante do trono de Deus. Os versículos de dois a cinco fornecem o pano de fundo para ajudar-nos a identificar os 144.000, que aparecerão com Cristo sobre o monte Sião quando de sua volta, em glória, para derrotar o Anticristo e seus exércitos.

O uso do artigo definido grego o indica que os 144.000 são também "os remidos" da terra; os que foram comprados e lavados pelo sangue do Cordeiro.

Os Castos Seguidores do Cordeiro (Ap 14.4,5)

"Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus."

Os 144.000 são também identificados como castos (virgens) por não se haverem maculados com mulheres. "Macular" significa tornar algo impuro, poluído, imundo. Portanto, não tem nada a ver com o casamento, pois a Bíblia explica claramente que "digno de honra entre todos seja o matrimônio bem como o leito sem mácula" (Hb 13.4).

Havia muitos templos cananeus, gregos e orientais na Ásia Menor. Essas religiões, via de regra, praticavam o culto da fertilidade, que tinha como ritual a prostituição, a astrologia, o espiritismo e o ocultismo. Tais coisas são consideradas pela Bíblia como abominação ao Senhor. Alguns eruditos interpretam a expressão "não se contaminaram com mulheres" como impureza espiritual e moral. Isto quer dizer que os 144.000 sempre se caracterizaram como fiéis seguidores de Cristo. Eles porfiaram por andar em santificação.

Os 144.000 mantiveram-se separados do mundo e da igreja apóstata (2 Co 6.17; Ap 17.1). Deixaram tudo para seguir o cordeiro de Deus, nosso Senhor e Salvador (Mc 8.34; Jo 14.21). Notemos também sua completa dedicação a Cristo: acompanham o Cordeiro, por onde quer que este fosse. João enfatiza novamente terem sido eles redimidos dentre a humanidade. São as "primícias para Deus e para o Cordeiro". Na época de João, o termo "primícia" tinha o significado de "o mais excelente", o que havia de "melhor qualidade". Por esta razão, os 144.000 não são apenas salvos; são primícias, oferecidos a Deus e ao Cordeiro. Compartilharão com Cristo o governo milenial.

O fato da virgindade dos 144.000 ser de natureza espiritual e moral é comprovada na declaração de João que diz: "não se achou mentira na sua boca". (Não praticavam engano que é tão característico do diabo). Pode-se também inferir que não adoravam a Deus de maneira insincera; não adoravam falsos deuses; não aceitavam a astrologia, ocultismo e outras mentiras de Satanás (Ap 21.27; 22.15).

Os 144.000 redimidos são também "sem mácula" (amomoi em grego) íntegros, irrepreensíveis. Esta palavra, usada para descrever Jesus, serve para identificar os crentes verdadeiros, cujos pecados e culpas foram removidos (1 Ts 5.23). Estes redimidos, pois, já estão justificados; são vistos como se nunca tivessem pecado. Compartilham da santidade e da justiça do imaculado Cordeiro de Deus.

O Evangelho Eterno Proclamado (Ap 14.6,7)

"E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas."

Noutra visão, João retorna ao tema de julgamento. Ele olha para o céu, e vê outro anjo; fato semelhante ocorreu em Apocalipse 8.3, À semelhança daquele que anunciou os três ais (Ap 8.13), este anjo voa pelo meio do céu com uma mensagem. Tem apenas um propósito: pregar as boas novas do evangelho eterno a todos os que ainda vivem sobre a terra: "a cada nação, e tribo, e língua e povo", para que ninguém alegue jamais ter ouvido o alerta divino.

Como a Grande Comissão foi entregue à Igreja, e somente esta tem autoridade para desincumbir-se dessa tarefa, muitos são levados a crer que, de fato, ela já não estará mais na terra. Seja como for, a mensagem do Evangelho não perderá sua eficácia.

O evangelho eterno é o mesmo evangelho proclamado pelos apóstolos e registrado no Novo Testamento. Não há outro evangelho, como bem o acentuou Paulo: "Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema" (G1 1.8). Mesmo em meio a Grande Tribulação, Deus tudo faz para trazer os pecadores ao arrependimento. A mensagem do evangelho é sempre redentora; convida o povo a reconhecer o amor, a soberania e a santidade de Deus. Insta-nos a adorá-lo. Apesar das alegações do Anticristo, somente Deus é o Criador do Universo; somente Ele merece a nossa adoração. João 1.3 declara que Deus-Pai criou todas as coisas através de um Mediador - a palavra viva que se fez carne e habitou entre o povo deste mundo para tornar-se seu Salvador. Conseguintemente, Jesus também merece receber nossa adoração.

A mensagem do anjo é dada "em alta voz" para que todos possam ouvir. Ela conclama os povos de todas as partes a temer a Deus, pois "a hora do seu julgamento já é chegada". Esta é a oportunidade para que os pecadores tornem-se a Deus; prostrem-se perante Ele e adorem-no. Ele merece adoração, pois criou os céus, a terra, o mar, as fontes das águas; coisas cuja criação os pagãos atribuíam a uma multidão de deuses.
Por intermédio deste anjo, a humanidade recebe a última mensagem, a última oportunidade de ouvir a verdade, arrepender-se e colocar a sua fé em Jesus. Quão triste é saber que Satanás tem cegado tantas mentes e corações!

Continua...

Fonte: HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que Brevemente Devem Acontecer: 7ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011

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