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terça-feira, 30 de julho de 2013

Será que o inferno é um lugar de tormento consciente ou é apenas a sepultura?

"Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno." (Mateus 5:29)

Em Mateus 5:29 Jesus refere-se ao "corpo" sendo "lançado no inferno", e o salmista fala de "ossos" sendo "espalhados à boca do Seol [inferno]" (SI 141:7, R-IBB). Jacó falou que suas "cãs" desceriam ao inferno [Seol] (Gn 42:38; cf. 44:29,31, R-IBB). Entretanto, Jesus referiu-se ao inferno como um lugar para o qual a alma vai depois da morte, ficando conscientemente em tormentos (Lc 16:22-23). O "inferno" é apenas a sepultura, como as Testemunhas de Jeová e algumas outras seitas ensinam?

A palavra hebraica sheol, traduzida em algumas versões como inferno, ou transliterada como Seol (R-IBB) ou Xeol (BJ), é traduzida também como "sepultura" (como na ARA, na EC e na SBTB) ou "cova". Ela significa apenas "o mundo invisível" e pode referir-se tanto à sepultura, onde o corpo fica fora da visão depois do enterro, como ao mundo espiritual, que é invisível aos olhos mortais.

No AT, sheol é usada frequentemente significando sepultura, já que indica o lugar para onde "ossos" (SI 141:7) e "cãs" (Gn 42:38) vão após a morte. Até mesmo a ressurreição do corpo de Jesus é dita como sendo do "hades" [inferno] (isto é, da sepultura) (At 2:30-31, R-IBB), onde sua carne não viu a corrupção.

Conquanto possa haver no AT algumas alusões ao "inferno" como um mundo espiritual (cf. Pv 9:18; Is 14:9, R-IBB), o "inferno" (em grego: hades) é descrito claramente no NT como um lugar de espíritos que já partiram (almas). Anjos lá estão (II Pe 2:4), e eles não têm corpos. Seres humanos que não se arrependeram estão lá em conscientes tormentos após sua morte, e os seus corpos estão enterrados (Lc 16:22-25).

No fim aqueles que estiverem no inferno serão lançados no lago de fogo com o diabo, onde "serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos" (Ap 20:10,14-15). Jesus falou muitas vezes do inferno como sendo um lugar de tormentos conscientes e eternos (cf. Mt 10:28; 11:23; 18:9; 23:15; Mc 9:43,45,47; Lc 12:5; 16:23).

Fonte: GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. 1ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Há alguma contradição entre Mateus e Lucas no que diz respeito a tentação de Cristo no deserto?

"Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.
Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.
E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás."
(Mateus 4:5-10)

"E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo.
E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero.
Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás.
Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;
Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem,
E que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus."
(Lucas 4:5-12)

De acordo com Mateus e Lucas, a primeira tentação foi a de transformar pedras em pão para satisfazer a fome de Jesus. De acordo com Mateus, a segunda tentação aconteceu no pináculo do templo, e a terceira envolveu todos os reinos do mundo. Entretanto, embora Lucas mencione esses mesmos dois eventos, ele o faz pela ordem inversa - os reinos do mundo são mencionados em segundo lugar e o pináculo do templo, em terceiro.

Qual é então a ordem correta?

Pode ser que Mateus esteja descrevendo essas tentações em ordem cronológica, ao passo que Lucas se ateve à ordem que propiciassem clímax, ou seja, conforme os tópicos envolvidos. Isso para expressar clímax que Lucas desejava enfatizar. Observe que Mateus 4:5 começa com a palavra "então", e o versículo 8 tem a palavra "ainda". No grego, essas palavras sugerem uma certa ordem sequencial dos eventos. Já no relato de Lucas, porém, o versículo 5 começa com um simples "e", e o versículo 9 com uma palavra que no grego corresponde a "e" ou "também" (veja SBTB). O grego, no registro de Lucas, não indica necessariamente uma ordem sequencial dos eventos. Além disso, não há discordância alguma quanto ao fato de que essas tentações realmente ocorreram.

Fonte: GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. 1ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

sábado, 27 de julho de 2013

O martírio de Policarpo

O dia estava quente, era cerca de 156 d.C.. As autoridades de Esmirna procuravam Policarpo, o respeitado bispo da cidade. Elas já haviam levado outros cristãos à morte na arena. Agora, uma multidão exigia a morte do líder.

Policarpo saíra da cidade e se escondera na propriedade de alguns amigos, no interior. Quando os soldados entraram, ele fugiu para outra propriedade. Embora o idoso bispo não tivesse medo da morte e quisesse permanecer na cidade, seus amigos insistiram em que se escondesse, talvez com temor de que sua morte pudesse desmoralizar a igreja. Se esse era o caso, estavam completamente equivocados.

Quando os soldados alcançaram a primeira fazenda, torturaram um menino escravo para que revelasse o paradeiro de Policarpo. Assim, apressaram-se, bem armados, para prender o bispo. Embora tivesse tempo para escapar, Policarpo se recusou a agir assim. "Que a vontade de Deus seja feita", decidiu. Em vez de fugir, deu as boas-vindas aos seus captores, ofereceu-lhes comida e pediu permissão para passar um momento sozinho em oração. Policarpo orou durante duas horas.

Alguns dos que ali estavam com a finalidade de prendê-lo pareciam arrependidos por prender um homem tão simpático. No caminho de volta a Esmirna, o chefe da guarda tentou argumentar com Policarpo: "Que problema há em dizer 'César é senhor' e acender incenso?".

Policarpo calmamente disse que não faria isso.

As autoridades romanas desenvolveram a ideia de que o espírito (ou o "gênio") do imperador (César) era divino. A maioria dos romanos, por causa de seu panteão, não tinha problema em prestar culto ao imperador, pois entendia a situação como questão de lealdade nacional. Porém, os cristãos sabiam que isso era idolatria.

Pelo fato de os cristãos se recusarem a adorar o imperador ou os outros deuses de Roma e adorar Cristo de maneira silenciosa e secreta em seus lares, a maioria das pessoas achava que eles não tinham fé. "Fora com os ateus!", gritavam os habitantes de Esmirna, enquanto buscavam os cristãos para prendê-los. Como sabiam apenas que os cristãos não participavam dos muitos festivais pagãos e não ofereciam os sacrifícios comuns, a multidão atacava o grupo considerado ímpio e sem pátria. Então, Policarpo entrou em uma arena cheia de pessoas enfurecidas. O procônsul romano parecia respeitar a idade do bispo. Como Pilatos, queria evitar uma cena horrível, se fosse possível. Se Policarpo apenas oferecesse um sacrifício, todos poderiam ir para casa. — Respeito sua idade, velho homem — implorou o procônsul. — Jure pela felicidade de César. Mude de ideia. Diga "Fora com os ateus!". O procônsul obviamente queria que Policarpo salvasse a vida ao separar-se daqueles "ateus", os cristãos. Ele, porém, simplesmente olhou para a multidão zombadora, levantou a mão na direção deles e disse:
— Fora com os ateus!
O procônsul tentou outra vez:
— Faça o juramento e eu o libertarei. Amaldiçoe Cristo!

O bispo se manteve firme.

— Por 86 anos servi a Cristo, e ele nunca me fez qualquer mal. Como poderia blasfemar contra meu Rei, que me salvou?

A tradição diz que Policarpo estudou com o apóstolo João. Se isso foi realmente verdade, ele era, provavelmente, o último elo vivo com a igreja apostólica. Cerca de quarenta anos antes, quando Policarpo começou seu ministério como bispo, Inácio, um dos pais da igreja, escreveu a ele uma carta especial. Policarpo escreveu, de próprio punho, uma carta aos filipenses. Embora não seja especialmente brilhante e original, essa carta fala sobre as verdades que ele aprendeu com seus mestres. Policarpo não fazia exegese de textos do Antigo Testamento, como os estudiosos cristãos posteriores, mas citava os apóstolos e os outros líderes da igreja para exortar os filipenses.

Cerca de um ano antes do martírio, Policarpo foi a Roma para acertar algumas diferenças quanto à data da Páscoa com o bispo daquela cidade. Uma história diz que, nessa cidade, ele debateu com o herege Marcião, a quem chamava "o primogênito de Satanás". Diz-se que diversos seguidores de Marcião se converteram com sua exposição dos ensinamentos apostólicos.

Este era o papel de Policarpo: ser uma testemunha fiel. Líderes posteriores apresentariam saídas criativas diante de situações em constante mutação, mas a era de Policarpo requeria apenas fidelidade. Ε ele foi fiel até a morte.

Na arena, a argumentação continuava entre o bispo e o procônsul. Em certo momento, Policarpo admoestou seu inquisidor: "Se você [...] finge que não sabe quem sou, ouça bem: sou um cristão. Se você quer aprender sobre o cristianismo, separe um dia e me conceda uma audiência". O procônsul ameaçou jogá-lo às feras.

Policarpo disse: "Pois chame-as. Se isto fosse uma mudança do mal para o bem, eu a consideraria, mas não posso admitir uma mudança do melhor para o pior". Ameaçado pelo fogo, Policarpo reagiu: "Seu fogo poderá queimar por uma hora, mas depois se extinguirá; mas o fogo do julgamento por vir é eterno".

Por fim, anunciou-se que Policarpo não se retrataria. O povo de Esmirna gritou: "Este é o mestre da Ásia, o pai dos cristãos, o destruidor de nossos deuses, que ensina o povo a não sacrificar e a não adorar!"

O procônsul ordenou que o bispo fosse queimado.

Policarpo foi amarrado a uma estaca, e o fogo foi ateado. Contudo, de acordo com testemunhas oculares, seu corpo não se consumia. Conforme o relato dessas testemunhas, ele "estava lá no meio, não como carne em chamas, mas como um pão sendo assado ou como o ouro e a prata sendo refinados em uma fornalha. Sentimos o suave aroma, semelhante ao de incenso, ou ao de outra especiaria preciosa".

Quando um dos executores o perfurou com uma lança, o sangue que jorrou apagou o fogo. Este relato foi repassado às congregações por todo o império. A igreja valorizou esses relatos e começou a celebrar a vida e a morte de seus mártires, e por falta de instrução, infelizmente, alguns chegaram a coletar seus ossos e outras relíquias. Em 23 de fevereiro, todos os anos, comemoravam o "dia do nascimento" de Policarpo no Reino celestial. Nos 150 anos seguintes, à medida que centenas de outros mártires caminharam fielmente para a morte, muitos foram fortalecidos pelos relatos do testemunho fiel do bispo de Esmirna.

Extraído de:
CURTIS, A. Kennedy; LANG, J. Stephen; PETERSEN, Randy. Os 100 Acontecimentos mais Importantes da História do Cristianismo: Do Incêndio de Roma ao Crescimento da Igreja na China: 1ª Ed. São Paulo. Editora Vida, 1991.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Como podemos explicar a diferença da profecia citada na passagem de Miqueias 5:2 com citada em Mateus 2:6?

"E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel."
(Mateus 2:6)

"E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade."
(Miqueias 5:2)

Mateus 2:6 cita Miqueias 5:2. Entretanto, as palavras que Mateus emprega são um pouco diferentes das que foram usadas por Miqueias.

Embora Mateus pareça ter mudado algumas das palavras da passagem de Miqueias, não há um real desvio no sentido do texto. Em alguns pontos, ele parece estar parafraseando, mas dentro desse texto os chefes religiosos o compreendiam como profecia a respeito do nascimento do Messias.

Primeiro, Mateus insere a expressão "terra de Judá" no lugar da palavra "Efrata". Isso na verdade não muda o sentido do versículo. Não há diferença entre terra de Judá e Efrata, exceto que uma é mais específica do que a outra. De fato, Efrata refere-se a Belém na passagem de Miqueias, e Belém localiza-se na terra de Judá. Entretanto, isso não altera o sentido básico deste versículo. Ele fala da mesma área de terra. É interessante notar também que, quando Herodes perguntou aos principais sacerdotes e escribas sobre onde o menino deveria nascer, eles disseram: "em Belém da Judeia" (Mt 2:5).

Segundo, Mateus descreve a terra de Judá como não sendo "de modo algum a menor", ao passo que Miqueias afirma que ela é "pequena demais". O que Mateus está dizendo é que desde que o Messias deva vir dessa região, ela de forma alguma é a menor entre as outras áreas da terra de Judá. A frase de Miqueias diz apenas que Belém é bem pequena, bem diminuta, quando comparada às outras cidades da terra de Judá. O versículo não diz que ela é a menor entre elas, apenas que é muito pequena. Mateus está dizendo a mesma coisa com outras palavras, ou seja, que Belém é pequena em tamanho, mas de forma alguma a menor em importância, já que dela sairia o Messias.

Finalmente, Mateus emprega a frase: "que há de apascentar a meu povo, Israel", e Miqueias não diz nada a respeito disso. Miqueias 5:2 reconhece que haverá aquele que "há de reinar em Israel", e Mateus também reconhece isso, com a expressão "o Guia". Contudo, a frase que não é dita por Miqueias na verdade é tirada de II Samuel 5:2.

A combinação desses versículos não anula o que está sendo dito, mas reforça o ponto que o autor quer salientar. Há outros casos em que isso ocorre também, em que o autor combina um texto da Escritura com outro. Por exemplo, Mateus 27:9-10 pega uma parte de Zacarias 11:12-13 e outra de Jeremias 19:2,11 e 32:6-9. Também, Marcos 1:2-3 toma uma parte de Isaías 40:3 e outra de Malaquias 3:1; e somente a primeira é mencionada, já que ela é a mais importante.

Em resumo, Mateus não apresenta nada de errado ao citar Miqueias 5:2 e II Samuel 5:2. A citação é precisa, mesmo tendo ele parafraseado uma parte dela e combinado com outra porção da Escritura. Esse tipo de escrita é bastante comum no judaísmo, onde a citação de um texto implica em todo o contexto, não apenas as palavras citadas.

Fontes:
GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. 1ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.
STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento: 2ª Ed. Belo Horizonte: Editora Atos, 2008.

Comunidade associa pedofilia a Jesus e gera protestos

Página do Facebook mistura sexo com crianças com versículos bíblicos.

Comunidade associa pedofilia a Jesus e gera protestos
“Toda forma de amor merece respeito. O amor entre uma pessoa e uma criança é a forma mais pura e verdadeira de amor, pois é um amor livre de interesses, formado apenas pelo afeto entre os 2, ou mais. Também somos a favor da poligamia infantil”. Esses são os dizeres da página de Facebook de uma comunidade intitulada Pedossexuais Unidos.

Não é novidade que exista esse tipo de coisa na internet, mas o que parece ser um diferencial desse grupo é a associação da pratica da pedofilia com imagens de Jesus. São vários desenhos representado Cristo tocando crianças.

Embora tenha surgido esta semana, surpreendentemente, em poucas horas chegaram a 100 “curtidas”. Mas a página tem gerado revolta em vários usuários e, a julgar pelos comentários, irritado em especial os cristãos. Algumas de suas postagens trazem links para matérias de jornais sobre pedofilia. Celebra, por exemplo, o reconhecimento obtido em um tribunal pela Associação de Pedófilos da Holanda, sob argumento de “liberdade de expressão”

Também mostra diversas fotos e matérias sobre homofobia e casamento gay. Tudo isso intercalado por versículos bíblicos e questionamentos como “A legalização da união estável pedoafetiva levaria a proteção dos direitos das crianças que hoje ficam na marginalidade sem o amor dos pais. Como alguém pode ser contra isso?”.

Os cristãos se mostraram indignados nos comentários deixados na página. Vanessa Avellar escreveu “Desgraçado! Cita partes da Torá e coloca uma imagem de Yeshua com as crianças, incitando que ele tem a mesma doença que você! Infeliz filho do capeta!”. Enquanto o pastor luterano Luiz Paulo Geiger questiona “Associar Jesus com pedossexualidade?! Você estão loucos?”.

Há quem os condene ao inferno, mas também quem os defenda. Henrique Güntzel afirma “Não vai pro inferno não… Tu podes ver vários casos de pedofilia na Bíblia. Eles podem ir presos porque é ilegal, mas pro inferno acho difícil”.

A ativista cristã Camila Abadie é responsável pelo blog Encontrando Alegria. Ela tem feito campanha contra esse tipo de página. “Quando os cristãos deixam de ser o sal e a luz do mundo, denunciando as falácias e armadilhas do tempo em que vivem, não somente perdem a sua função como também condenam o mundo ao apodrecimento e às trevas. Coisas como essa tal de “pedossexualidade” (nome politicamente correto para pedofilia) são fruto disso, que uma época que aceitou a relativização moral e até a relativização lógica. Cheira a enxofre e a tudo que há de mais perverso. Se não formos capazes de lutar pelas nossas crianças, então, realmente, que se cumpra em nós as palavras de Jesus, “que sejamos lançados fora e pisados pelos homens”, dispara.

Denuncie

Quem quiser denunciar a página ao Facebook, pode acessar o link (fb.com/pedossexuaisunidos) na parte superior, à direita, ao lado do botão curtir, existe a opção “Mensagem” que ao ser clicada oferece a opção “Denunciar página”. Também é possível pedir que a página seja retirada do ar pela SaferNet. Basta clicar em www.safernet.org.br e depois em “pornografia infantil” e por fim colar o link da página no Facebook.

Causa estranheza que esse tipo de material permaneça na maior rede social do mundo enquanto um vídeo cristão foi sumariamente censurado pelo processo automatizado do Facebook. Foram preciso milhares de pedidos de cristãos para que o material voltasse ao ar.

Além de fazer apologia à pedofilia, a página faz declarações chocantes quando afirma ser a favor de todo tipo de amor, incluindo a "zoossexualidade": "Somos uma pagina com pedossexuais unidos, somos a favor de toda forma de amor, seja ela a zoossexualidade, homossexualidade. O amor não pode ser só entra homens e mulheres, diga não a opressão dessa sociedade patriarcal e machista!" 

Fonte: Gospel Prime

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Por que em Gênesis 2:4 aparece a expressão "Senhor Deus" em lugar de "Deus", como no capítulo 1?

Muitos críticos insistem em dizer que Gênesis 2 certamente não foi escrito pela mesma pessoa que escreveu Gênesis 1, já que Gênesis 2 usa um nome diferente para Deus. Entretanto, os eruditos conservadores sempre asseveraram que foi Moisés quem escreveu Gênesis, e isso tanto por parte de estudiosos judeus como cristãos, por todos esses séculos. De fato, os cinco primeiros livros do AT são chamados de "Livro de Moisés" (II Cr 25:4) ou "Lei de Moisés" (Lc 24:44), tanto por escritores do AT como do NT.

Foi Moisés quem de fato escreveu os cinco primeiros livros do AT, é fato conhecido que o varão Moisés teve condições técnicas para redigir, ele foi educado na corte egípcia durante muito tempo. Nós não podemos nos esquecemos que até mesmo nós, quando em oração ou situações diferentes, usamos expressões tais como: Oh, Senhor Deus!; Meu Deus!; Pai Eterno!; Santo Deus!; Amado Deus!; etc...- Apesar de vários eruditos modernos afirmarem que o Pentateuco foi escrito por várias pessoas diferentes, dentre eles, Julius Wellhausen (do século XIX), sabemos que Moisés é o verdadeiro autor inspirado, tanto de Gênesis como dos outros livros em questão. Segundo Wellhausen, os cinco primeiros livros da Bíblia foram escritos por várias pessoas, identificadas como J (Jeovistas); E (Eloimistas); S (Sacerdotistas); e D (Deuteronomistas), dependendo das características particulares apresentadas por cada autor. 

Êxodo 24:4a declara: "Moisés escreveu todas as palavras do Senhor". Além desses, vários outros versículos da Bíblia atribuem os primeiros cinco livros da Bíblia a Moisés. O emprego de uma forma diferente para referir-se a Deus no segundo capítulo de Gênesis não prova que tenha sido um autor diferente quem o escreveu; isto simplesmente mostra que o mesmo autor tinha um propósito diferente. No capítulo 1, Deus é o Criador, ao passo que no capítulo 2 ele é o Comunicador.

Primeiro, o homem é visto em sua relação com o Criador (daí o uso de "Deus" ou Elohim, o Todo-Poderoso). Em seguida, Deus é visto como aquele que faz alianças, e daí o emprego de "Senhor Deus", o Único que faz alianças com o homem. Deus é mencionado com diferentes nomes de forma a designar diferentes aspectos do seu relacionamento com o homem (veja Gn 15:1; Êx 6:3).

Outras passagens também não nos deixam dúvidas a respeito da autoria de Moisés no que diz respeito a Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio: (Jos. 8:32; Jos. 23:6; Deut. 31:9; Êx. 34:27-28; Jo. 1:45; Deut. 4:4; Lev. 27:34; Mat. 19:7; Jo. 9:29; Jo. 5:46; Jo. 1:45; Marc. 12:19; Marc. 10:3; Luc. 16:29, etc..). Há historiadores antigos que concordam com a autoria de Moisés, dentre eles citamos Flávio Josefo (66 d.C.). O fato de Moisés, sob inspiração, ter usado duas expressões diferentes para "Deus" entre aquele curto espaço dos capítulos 1 e 2 de Gênesis, não quer dizer que foram duas ou mais pessoas que escreveram o livro.

Referências:
GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. 1ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

Profecia diz que Brasil é controlado por uma marionete

Pastor norte-americano viu uma mulher que era controlada por um homem como se fosse marionete até que Deus cortou as cordas.

Profecia diz que Brasil é controlado por uma marionete
A pregação de Bob Hazlett na Conferência Dunamis de 2011 foi bastante compartilhada nas redes sociais nas últimas semanas por conter trechos de uma revelação a respeito da política brasileira.

“Deus está removendo o espírito político dessa geração, eu escuto o Senhor dizendo: Eu vou abalar a estrutura política dessa nação”, diz o pastor americano no trecho do vídeo que foi publicado.

A pregação completa e também a revelação só está disponível no DVD da conferência, mas no vídeo postado com pouco mais de seis minutos é possível ver o pastor prevendo a mudança que em menos de dois anos depois começou a acontecer no país.

“O inimigo já tem dito: ‘eu controlo as casas do poder, eu controlo a presidência’. Mas eu escuto o nosso Senhor dizer: ‘Eu levanto os reis, mas eu também derrubo eles’”.

Na revelação, o pastor afirma que via um homem que faz reis e estava controlando uma mulher. “Ela era sua marionete, e ele falava ‘ela vai fazer o que eu mandar ela fazer’. Mas eu vi então a palavra do Senhor vir como se fosse uma espada que começou a cortar as cordas dessa marionete”.

Bob Hazlett afirmou que não conhecia a política brasileira, porém a revelação que ele recebia mostrava um homem que estava por trás da cena política controlando tudo, mas que seria por pouco tempo. Usuários do Youtube sugestionaram a relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual presidente Dilma Rousseff.

A revelação dada pelo pastor faz coro com a profecia feita por Cindy Jacobs que durante o 14º Congresso de Louvor e Adoração Diante do Trono, que aconteceu em março deste ano, afirmou que Deus estaria abalando o principado da corrupção que assola o Brasil.

Em junho diversas manifestações aconteceram no país levando as autoridades a tomarem medidas imediatas, entre elas a mudança do valor do transporte coletivo, a aprovação de uma lei que torna a corrupção como crime hediondo e o fim PEC 37 que tirava o poder investigativo do Ministério Público.

Outra revelação do pastor Hazlett que chamou a atenção do povo brasileiro foi dada no início de 2011 quando profetizou contra o Carnaval do Rio de Janeiro. Semanas depois a Cidade do Samba pegou fogo e por pouco a festa não foi cancelada por conta dos estragos.

Assista o vídeo:


quarta-feira, 24 de julho de 2013

O Papa - Sobre esta Pedra?


“Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: ...tu és Pedro [petros] e sobre esta pedra [petra] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. – Mateus 16:16-18
“Apascenta os meus cordeiros... Pastoreia as minhas ovelhas... Apascenta as minhas ovelhas”. – João 21:15-17
Após a confissão de fé de Pedro, ele [Cristo] determinou que sobre ele construiria a sua Igreja; a ele prometeu as chaves do reino dos céus... – Vaticano II [1]
Um papa infalível como sucessor de Pedro, que tem as chaves do reino do céu, sendo o vigário de Cristo? Antes foi a declaração arrogante de que a pompa e os poderes foram herdados de Constantino. Hoje afirma-se que a declaração de Cristo a Pedro fez dele o primeiro papa, a pedra sobre a qual “a única Igreja verdadeira” foi construída, e todos os que o seguiram nesse ofício têm sido seus sucessores, não importa a violência e as fraudes que usaram para consegui-lo, nem suas atitudes malignas. A autoridade que o papa possui hoje e a religião católica que ele lidera estão ancoradas sobre essa afirmação.

O papa é a Igreja Católica. Sem ele a Igreja não poderia funcionar e nem mesmo existir. Por isso é importante estudarmos esse assunto mais a fundo. Pouco importa o que o fiel católico comum pense ou faça. Mas as doutrinas e os feitos da hierarquia e principalmente dos papas continuam controlando a Igreja. É aí que o nosso foco deve estar, não na opinião de alguns católicos que dizem não acreditar na metade do que a Igreja ensina. (Essas pessoas não deveria se chamar “católicas”. Por que confiar numa Igreja para obter a salvação eterna se ela nem é digna de confiança em assuntos menos importantes?)

E que dizer da declaração de Cristo a Pedro: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja?”(Mateus 16:18). Os protestantes argumentam que existe um jogo de palavras no verso chave acima. No grego, “Pedro” é petros, uma pedrinha, enquanto “pedra” no grego é uma petra, como a rocha de Gibraltar, por exemplo. Uma petra tão imensa obviamente só poderia ser o próprio Cristo e a confissão de que Jesus é o Cristo, que Pedro acabara de fazer.

Os apologistas católicos modernos respondem que Cristo estava provavelmente falando em aramaico, o que elimina o jogo de palavras e deixa Pedro como a pedra sobre a qual a Igreja foi edificada. Essa posição, contudo, certamente nega uma das doutrinas básicas do catolicismo romano, a profissão de fé tridentina. Ela exige que todos os clérigos, a partir do papa Pio IV (1559-1565), aceitem a interpretação das Sagradas Escrituras somente de acordo com o consenso unânime dos Pais [da Igreja].

O Testemunho dos Pais da Igreja

   Os Pais da Igreja Católica Romana posicionaram-
se unanimemente contra a interpretação católica
 atual. E é Von Dollinger (foto), um católico devoto,
 uma autoridade da história eclesiástica e que ama
 a sua Igreja, quem aponta para esses fatos.
Como os “Pais da Igreja” (líderes da Igreja até o papa Gregório, o Grande, que morreu em 604) interpretam esta passagem? Acontece que neste assunto em particular eles são unânimes em concordar com a posição dos protestantes. Nenhum deles interpreta essa passagem como os católicos são ensinados a entendê-la atualmente.

Para estar de acordo com o ensino unânime dos Pais da Igreja, um católico teria de rejeitar o dogma de que Pedro foi o primeiro papa, que ele era infalível e que transmitiu sua autoridade a sucessores. O historiador e católico devoto Von Dollinger lembra fatos inegáveis:

De todos os Pais que interpretam estas passagens nos Evangelhos (Mateus 16:18, João 21:17), nenhum as aplica ao bispo de Roma como sucessor de Pedro. Quantos Pais se ocuparam com estes textos, mas nenhum daqueles cujos comentários possuímos – Orígenes, Crisóstomo, Hilário, Agostinho, Cirilo, Teodoro e aqueles cujas interpretações são coletadas às centenas – têm sequer insinuado que o primado de Roma é a consequência da comissão e promessa feita a Pedro!
Nenhum deles explicou que a pedra ou fundamento sobre o qual Cristo construiria a sua Igreja seria o ofício dado a Pedro que devia ser transmitido aos seus sucessores, mas entenderam que se tratava do próprio Cristo ou da confissão de fé de Pedro sobre Cristo; muitas vezes afirmando que eram as duas coisas juntas.[2]
Em outras palavras, ao contrário do que a maioria dos católicos tem aprendido, os Pais da Igreja Católica Romana posicionaram-se unanimemente contra a interpretação católica atual. E é um católico devoto, uma autoridade da história eclesiástica e que ama a sua Igreja, quem aponta para esses fatos.

Outros historiadores católicos concordam com Von Dollinger. Peter de Rosa, também católico devoto, habilmente contesta a supremacia e a linha contínua de sucessão papal desde Pedro:

Pode ser um choque para eles [católicos] saber que os grandes Pais da Igreja não viam conexão alguma entre a declaração [Mateus 16:18] e o papa. Nenhum deles aplica “Tu és Pedro” a alguém mais senão a Pedro. Um após outro, todos analisaram-na: Cipriano, Orígenes, Cirilo, Hilário, Jerônimo, Ambrósio, Agostinho. E eles não são protestantes.
Nenhum deles chama o bispo de Roma de “pedra” ou aplica especificamente a ele a promessa das chaves do reino. Isso é tão surpreendente para os católicos, como se eles não pudessem encontrar menção alguma dos Pais sobre o Espírito Santo e a ressurreição dos mortos...
Para os Pais é a fé de Pedro – ou o Senhor em quem Pedro deposita sua fé – que é chamado de “pedra” e não Pedro. Todos os concílios da Igreja, de Niceia, no século IV, ao de Constância, no século XV, concordam que o próprio Cristo é o único fundamento da Igreja, isto é, a pedra sobre a qual a Igreja se sustém.
...nenhum dos Pais fala de uma transferência de poder de Pedro aos que o sucederam ...Não há indicação alguma de um ofício petrino permanente.
Então a Igreja primitiva não olhava para Pedro como bispo de Roma, nem, por conseguinte, pensava que todo bispo de Roma seria o seu sucessor... Os evangelhos não criaram o papado; porém o papado buscou apoio nos Evangelhos [mesmo que isso não seja possível].[3]
O fato dos papas durante séculos terem se baseado em documentos fraudulentos (A Doação de Constantino e os Falsos Decretos) para justificar sua pompa e poder, mesmo após terem sido expostos como deliberadas falsificações, mostra como esses “vigários de Cristo” não apreciavam a verdade. Também nos mostram que naqueles dias os papas não baseavam suas justificativas para a sua autoridade papal e a suposta sucessão apostólica desde Pedro em Mateus 16:18. Se isso ocorresse eles não precisariam de documentos falsos para autenticar sua posição. Tal aplicação para as palavras “Tu és Pedro” foi inventada muito mais tarde.

Quem é a Pedra?

A verdade sobre o assunto não depende da questionada interpretação de alguns versículos, mas sim da totalidade das Escrituras. O próprio Deus é claramente descrito como a “pedra” ou “rocha” infalível de nossa salvação através de todo o Antigo Testamento. (Deuteronômio 32:3,4; Salmo 62:1,2, etc.). Na verdade a Bíblia declara que Deus é a única pedra: “Pois quem é Deus, senão o SENHOR? E quem é rochedo, senão o nosso Deus?” (Salmo 18:31).

O Novo Testamento torna igualmente claro que Jesus Cristo é a pedra sobre a qual a Igreja é construída, e que Ele, sendo Deus e um com o Pai, é, portanto, a Pedra. Cristo e Seus ensinamentos (Mateus 7:24-29) são rocha onde o “homem prudente edifica a sua casa”, e não Pedro. O próprio apóstolo Pedro frisa que Cristo é a “pedra angular” sobre a qual a Igreja é construída (I Pedro 2:6-8). E ele cita uma passagem do Antigo Testamento para enfatizar isso.

Paulo, do mesmo modo, chama Cristo “a pedra angular” da Igreja e declara que a Igreja também é edificada “sobre o fundamento dos [todos] apóstolos e profetas” (Efésios 2:20). Esta declaração nega claramente que Pedro tenha uma posição especial no fundamento da Igreja.

Pedro não recebeu promessa alguma

Quando Cristo deu a Pedro “as chaves do reino dos Céus” (Mateus 16:19), Ele explicou o que aquilo significava: “o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”. A mesma promessa foi renovada a todos os discípulos em Mateus 18:18, assim como em João 20:23, com a especial aplicação, neste contexto, ao perdão de pecados.

A chave para ligar e desligar e remir ou reter pecados foi claramente dada a todos, não só a Pedro. Portanto, não é certo afirmar que Pedro tinha poder e autoridade especial sobre os demais apóstolos. Tal conceito não se encontra em parte alguma do Novo Testamento e era desconhecido mesmo para a Igreja Católica Romana até alguns séculos mais tarde. A Pedro foi dado o privilégio especial de pregar o Evangelho, primeiro aos judeus (Atos 2:14-41) e depois aos gentios (Atos 10:34-48), mas ele não recebeu nenhuma autoridade especial.

Os apologistas católicos alegam que as palavras de Cristo a Pedro em João 21:15-47 (“apascenta meus cordeiros”, “pastoreia as minhas ovelhas”) deu-lhe autoridade única. Pelo contrário, o próprio Pedro aplicou esse mandamento a todos os anciãos (I Pedro 5:2) do mesmo modo que Paulo fez (Atos 20:28). Novamente é Von Dollinger quem nos informa:

Nenhuma das antigas confissões de fé, nenhum catecismo, nenhum dos escritos patrísticos, que visavam instruir o povo, contém uma sílaba sequer sobre o papa, nem sequer uma indicação mínima sobre o fato de toda certeza da fé e doutrina depender dele...
Os Pais da Igreja nem ao menos puderam reconhecer no poder das chaves, e no poder de ligar e desligar, qualquer prerrogativa ou senhorio do bispo de Roma, tanto mais que – o que à primeira vista fica óbvio para qualquer um – eles não viram um poder dado primeiramente a Pedro, e em seguida repetindo precisamente as mesmas palavras a todos os apóstolos, como algo que fosse peculiar a ele, ou uma herança para a linhagem dos bispos de Roma, e eles usavam o símbolo das chaves significando exatamente o mesmo que a expressão figurada de ligar e desligar...
O poder das chaves ou de ligar e desligar, foi universalmente reconhecido como pertencente a outros bispos, tanto quanto ao bispo de Roma.[4]

Nenhum poder especial foi dado a Pedro

A autoridade especial que tem sido alegada pelos papas católicos romanos, que afirmam ser os supostos sucessores de Pedro, jamais foi exercida por Pedro. Em suas epístolas o apóstolo exorta seus iguais; não dá ordens a subordinados. “Aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles...” (I Pedro 5:1). Ele não oferece base em seus escritos para nenhuma posição ou poder eclesiástico oficial e exaltado. Pedro declara ser simplesmente “testemunha dos sofrimentos de Cristo” (I Pedro 5:1) junto com todos os apóstolos, que foram “testemunhas oculares da sua majestade” (II Pedro 1:16). Ele não faz uma única afirmação em seu favor, simplesmente se coloca entre os outros apóstolos.

A reunião de “apóstolos e anciãos” em Jerusalém por volta de 45-60 d.C. descrita em Atos 15:4-29 foi organizada por iniciativa de Paulo, não de Pedro. (Não foi “o primeiro Concílio da Igreja”, como alguns afirmam. Não havia hierarquia na Igreja, nenhuma delegação de fora, todos os presentes residiam em Jerusalém.) Além do mais, foi Tiago, e não Pedro, quem parece ter tomado a liderança. Conquanto Pedro tenha feito uma declaração importante, ela não foi doutrinária, sendo apenas um resumo de sua experiência ao levar o Evangelho primeiro aos gentios. Tiago, contudo, discorreu sobre as Escrituras e argumentou sobre um ponto de vista doutrinário. Além do mais, foi Tiago quem disse: “Pelo que julgo eu... [meu veredito é]” (Atos 15:19) e sua declaração tornou-se a base da carta oficial enviada a Antioquia.

Não há evidências de que Pedro tenha intimidado os outros, mas Tiago o intimidou. O temor de Tiago e sua influência e liderança levaram Pedro a se voltar à tradicional separação dos gentios. Como resultado, Paulo, que escreveu muito mais do Novo Testamento do que Pedro, e cujo ministério foi muito mais abrangente, censurou Pedro publicamente por seu erro (Gálatas 2:11-14). Certamente Pedro não agia como papa, nem era tratado assim pelos outros.

Os verdadeiros sucessores dos apóstolos

Cristo mandou que os apóstolos fizessem discípulos através da pregação do Evangelho. Ele acrescentou que cada pessoa que cresse no Evangelho deveria ser ensinada a obedecer a todas as coisas que Ele havia ensinado. A declaração: “ensinando-os [aos discípulos que se converterão] a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28:20), não pode ser atribuída exclusivamente a uma liderança hierárquica. Esperava-se que todos aqueles que se tornaram discípulos de Cristo através da pregação dos discípulos originais obedecessem a tudo que Cristo havia ordenado aos apóstolos. Para que pudessem fazer tudo que os 11 foram comissionados, cada discípulo comum precisava ter a mesma autoridade e o mesmo poder procedentes de Cristo que os apóstolos tinham.

Quaisquer que tenham sido os mandamentos e poderes que os apóstolos receberam de Cristo, eles foram passados a todos os que creram no Evangelho (ou seja, seus próprios discípulos), os quais, por sua vez, ensinaram esses mandamentos aos seus conversos, e assim por diante, até o presente. Portanto fica evidente que não somente uma classe especial de bispos, arcebispos, cardeais, papas ou um Magistério, são sucessores dos apóstolos, mas todos os cristãos.

A história da Igreja primitiva apresentada no Novo Testamento diz isso. Os apóstolos obedeceram ao que Cristo mandou: fizeram discípulos aos milhares e ensinaram a eles todos os mandamentos de Cristo; e o próprio Cristo, do céu, capacitava seus novos discípulos para desempenharem esta grande comissão. Os cristãos se multiplicaram e as igrejas foram estabelecidas em todo o Império Romano.
                                                      
     Não havia catedrais. A igreja local se reunia nas
casas.
Não havia catedrais. A igreja local se reunia nas casas. Sua liderança era um grupo de anciãos piedosos, mais velhos e maduros na fé e que viviam vidas exemplares. Não havia hierarquia, nem local ou tampouco sobre um território maior, que tivesse de ser obedecida por causa de seu ofício ou título. Não havia classe seleta de sacerdotes que possuísse autoridade especial para agir como intermediária entre Deus e o povo. Isso se aplicava ao sacerdócio judaico, que era uma sombra das coisas que haveriam de vir (Hebreus 7:11-28; 10:1-22) mas tornou-se terrivelmente corrupto e teve seu fim no sacrifício feito na cruz.

Todos os crentes foram encorajados a orar e profetizar nas reuniões da Igreja. Paulo deixou isto bem claro: “Quando vos reunis [como Igreja], um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação. No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois, ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete... Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. Se, porém, vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro [a fim de que o outro fale]. Porque todos podereis profetizar um após outro, para todos aprenderem e serem consolados... Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas” (I Coríntios 14:26-40).

Não havia uma classe de elite

Nenhuma das promessas de Cristo aos apóstolos foi somente para eles ou para uma classe de elite. Por exemplo: “Se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa, que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus” (Mateus 18:19). “Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei...” (João 14:13) e novamente: “Se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome” (João 16:23). Todos os cristãos que creem na Bíblia oram em nome de Cristo, embora a promessa tenha sido dada ao Seu círculo íntimo de apóstolos. Todos os católicos tomam o pão e o vinho na missa, mesmo que Cristo tenha dito a todos os apóstolos: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22:19).

Está claro que tudo o que Cristo determinou a seus amigos mais chegados se aplicava a todos os convertidos e a todos os cristãos de hoje. Isso quer dizer que se dois cristãos concordarem sobre alguma coisa em oração esta lhes será concedida, ou que tudo o que um cristão pedir ao Pai, em nome de Cristo, lhe será dado? Sim. Então, por que nem toda oração é respondida? Todas elas são respondidas, mas para algumas a resposta é “não” e para outras, “mais tarde”. O “nome” de Cristo não é uma fórmula mágica, que, se adicionada à oração, assegura uma resposta automática positiva. Pedir em Seu nome significa pedir como Ele pediria, para Sua honra e glória, não para a nossa.

Nesse ponto a Igreja tem decepcionado tremendamente os católicos sinceros. Cada oração que um padre católico faz não é respondida automaticamente mais do que aquelas feitas pelos católicos comuns, ministros protestantes ou leigos. Isso é obvio. Ainda assim diz-se que um membro do clero católico tem um poder especial sobre qualquer coisa que ele pronunciar usando o nome de Cristo – o que for ligado ou desligado, ou o perdão de pecados – ocorre automaticamente. Não é assim. É desonesto dizer que o desligamento do pecado (que não pode ser verificado) ocorre a cada vez que o sacerdote o pronuncia, se desligar da doença ou do débito (algo que pode ser verificado) raramente acontece quando ele pronuncia o desligamento.

A implicação é clara: qualquer coisa que se obtenha através da oração ao Pai em nome de Cristo, ou qualquer graça obtida quando dois cristãos concordam, ligar e desligar ou perdoar pecados, não acontecem automaticamente, pela mera expressão de uma fórmula, mas é feito somente através de Cristo trabalhando por meio de vasos escolhidos, quando, onde e como Lhe agrada.

Nenhuma dessas promessas era cumprida automaticamente, sob a direção única de Pedro ou qualquer um dos outros apóstolos. Nem são concedidas instantaneamente a um membro da Igreja Católica Romana ou de qualquer hierarquia religiosa. Esses dogmas falsos têm posto aqueles que acreditam neles sob o poder de Roma, levando-os a procurar num sacerdote aquilo que é a herança de todo discípulo verdadeiro de Cristo.

Os Tiranos do passado e o Magistério de hoje

          A submissão total que Roma exige tem sido
 expressa por muitos papas, mas nenhum deles as
 expressou mais claramente do que Nicolau I (858-
867).
O grande apóstolo Paulo escreveu que desde que os 
governantes civis não ordenem algo contrário à vontade Deus, todo cristão, inclusive os próprios apóstolos, devem obedecer suas ordens (Romanos 13:1-7). Devemos orar “pelos reis e por todos os que estão investidos de autoridade” (I Timóteo 2:1-3). Todos os cristãos devem estar sujeitos “aos que governam, às autoridades...” (Tito 3:1).

Paulo escreveu aos cristãos: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei como soberano, quer às autoridades como enviadas por ele...” (I Pedro 3:13-14). Os papas ensinaram exatamente o contrário: que eles eram os supremos soberanos e que somente suas leis deveriam ser obedecidas, inclusive pelos reis. A submissão total que Roma exige tem sido expressa por muitos papas, mas nenhum deles as expressou mais claramente do que Nicolau I (858-867):

É evidente que os papas não podem estar ligados nem tampouco sujeitos aos poderes terrenos, nem mesmo aos do apóstolo [Pedro], se ele voltasse à terra; desde que Constantino, o Grande, reconheceu que os pontífices representam o poder de Deus na terra, a divindade não pode ser julgada por nenhum homem. Somos, portanto, infalíveis, e quaisquer que sejam nossos atos, não precisamos prestar contas deles a ninguém mais do que a nós mesmos.[5]
Fica claro, tanto na história como nos dogmas oficias da Igreja ainda vigentes, que Nicolau não estava expressando apenas o seu fanatismo, mas a visão de todos os papas, que acabou se tornando a doutrina católica. Conforme o Vaticano II, a ninguém é permitido sequer questionar o Magistério em assuntos de fé e moral. Somente a hierarquia pode interpretar a Bíblia, e os fiéis devem aceitar essa interpretação como se fosse vinda do próprio Deus. Todos devem obedecer ao papa, mesmo quando ele não fala ex catedra. Tais exigências de fé cega são vestígios atuais da atuação tirânica dos papas através dos séculos.

O fracasso do "Primeiro Papa"

Se as palavras de Cristo a Pedro em Mateus 16:18 fizeram dele o primeiro papa infalível, então temos outro problema sério. As palavras seguintes na boca de Pedro negam o cerne do Evangelho cristão ao declarar que Cristo não precisava ir até a cruz: “...Tem compaixão de ti, Senhor; isso [a morte na cruz] de modo algum te acontecerá” (Mateus 16:22). Ao que o Senhor respondeu imediatamente: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das obras dos homens” (Mateus 16:23). Esta foi a primeira declaração ex catedra de Pedro a toda a Igreja (conforme registra a Bíblia) em matéria de fé e moral (ela tem a ver com o meio de salvação) – e não era infalível, mas pura heresia!

No próximo capítulo Pedro comete um erro sério, com outro pronunciamento herético. Ele coloca Cristo no mesmo nível de Moisés e Elias: “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias” (Mateus 17:4).Desta vez é o próprio Deus quem censura, do céu, o “novo papa”: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo; a ele ouvi” (v. 5).

Mais tarde, temendo por sua vida, Pedro nega, pragueja e jura não conhecer Jesus – novamente uma declaração de “fé e moral” a toda a Igreja que nega o próprio Cristo. Mesmo se os papas fossem seus sucessores, Pedro dificilmente poderia ter-lhes passado uma infalibilidade que, obviamente, não possuía.

Base bíblica para a Infalibilidade?

Hans Küng, teólogo católico contemporâneo, disse: “A principal prova citada pelo Vaticano I para a infalibilidade papal, Lucas 22:32 (“Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça”), jamais foi usada, nem mesmo pelos canonistas medievais, para documentar esse dogma – o que é correto. Nessa passagem Jesus não prometeu a Pedro que este não erraria mais, porém deu-lhe a graça de perseverar na fé até o fim”.[6] Von Dollinger concorda plenamente:

Todos conhecem a clássica passagem da Escritura sobre a qual o edifício da infalibilidade papal tem se escorado “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça, tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lucas 22:32). Essas palavras referem-se especificamente a Pedro, à sua negação de Cristo e sua conversão...
É totalmente contrário ao sentido original da passagem... encontrar nela uma promessa de infalibilidade futura a uma sucessão de papas... Até o final do século XVII nenhum escritor sonharia com tal interpretação; todos eles, sem exceção – num total de 18 – explicam-na apenas como uma oração de Cristo para que o seu apóstolo não sucumbisse e perdesse inteiramente a sua fé na prova que teria de enfrentar em breve.[7]
Muitos outros eminentes historiadores e teólogos católicos poderiam ser citados do mesmo modo. Peter de Rosa acrescenta sua própria visão:

De acordo com os Pais [da Igreja], Pedro não tinha sucessor algum. Eles viam todos os bispos como sucessores dos apóstolos, não um bispo sucedendo um apóstolo apenas, neste caso, Pedro. Logo, eles não poderiam sequer ter aceito a alegação de que “o sucessor de Pedro” deveria dirigir a Sé em Roma.
Também já vimos que todas as declarações de doutrina, especialmente os credos, não vieram dos papas, mas dos concílios. Nos primeiros séculos jamais ocorreu aos bispos de Roma que eles pudessem definir doutrinas para toda a Igreja.[8]
Pedras Instáveis

Depois de ter prometido a Cristo na última ceia que preferia morrer a negá-lo, Pedro fez exatamente o contrário. “Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem!” (Mateus 26:74). Essa é uma negação completa do próprio Cristo e do cristianismo como um todo. Pedro era uma “pedra” muito instável para Cristo ter construído sobre ele a sua Igreja! Porém seus supostos sucessores foram culpados de coisas ainda piores.

Já mencionamos uma porção deles. Consideremos brevemente mais um exemplo: o papa Júlio II (1503-1513), sifilítico e infame mulherengo, pai de inúmeros bastardos. Ele comprou sua posição no papado. Durante a Quaresma, enquanto os bons católicos faziam dietas rigorosas, ele se deleitava com ricas iguarias. Usando sua armadura, Júlio muitas vezes conduziu pessoalmente seus exércitos para a conquista de cidades e territórios, com o objetivo de expandir os Estados papais. Como poderia ser ele o vigário de Cristo, que afirmou que o Seu reino não era deste mundo e que por isso os Seus súditos não lutariam? Dizer tal coisa é zombar de Cristo e de Seus ensinos.

Sucessores de Imperadores

Lembre-se que nos primeiros tempos da Igreja a infalibilidade não era atribuída ao bispo de Roma, mas ao seu superior, o imperador. O papa Leão I (440-461), por exemplo, concedeu a um imperador incrédulo a mesma infalibilidade que Pio IX persuadiu os membros do Vaticano I a declararem ter sido sempre o poder exclusivo dos papas. Leão I disse: “Pela inspiração do Espírito Santo o imperador não necessita de instrução humana e é incapaz de cometer erros doutrinários”.[9]

O rasgado louvor que transcrevemos a seguir soa como aquele que hoje é dado aos papas, mas trata-se de um discurso de Eusébio, honrando o imperador pagão Constantino depois que este assumiu a liderança da Igreja:

Deixemos, então, que apenas o Imperador... seja declarado digno... livre... estando acima da sede de riquezas, superior ao desejo sexual... que dominou as paixões que sobrecarregam o restante dos homens; cujo caráter é formado conforme o original divino do Supremo Soberano, e cuja mente reflete, como num espelho, a radiação de Suas virtudes. Além disso, o nosso imperador é perfeito em prudência, bondade, justiça, coragem, piedade, devoção a Deus...”[10]
Esse louvor era apenas para o imperador, que o colocava acima do bispo de Roma, o qual lhe era subordinado. Assim, Constantino chamou a si mesmo “bispo dos bispos”. Hoje os papas que ostentam os títulos de Constantino e desfrutam de suas regalias são seus legítimos sucessores e não os sucessores de Pedro. O historiador Will Durant mostra que “durante a duração de seu reinado, ele [Constantino] tratava seus bispos como auxiliares políticos; os convocava, presidia seus Concílios e concordava em apoiar qualquer opinião que a sua maioria formulasse”.[11]

A doutrina nada significava para Constantino – apenas que os bispos deveriam concordar com ele pelo bem da unidade imperial. Peter de Rosa cita um bispo do século IV: “A Igreja [naquele tempo] fazia parte do Estado”. Ele continua explicando:

Mesmo o bispo de Roma – que não foi chamado de “papa” por muitos séculos – era, em comparação [com Constantino], uma pessoa sem importância. Em termos civis, era um vassalo do imperador; em termos espirituais, quando comparado a Constantino, era um bispo de segunda classe...
Não o papa, mas ele [Constantino], assim como Carlos Magno mais tarde, era o cabeça da Igreja, sua fonte de unidade, diante de quem o bispo de Roma tinha de se prostrar e declarar lealdade. Todos os bispos concordavam que ele [o Imperador] era o “oráculo inspirado da sabedoria da Igreja”.
Portanto, era Constantino e não o bispo de Roma quem ditava o tempo e o local dos sínodos da Igreja e até mesmo estipulava como os votos seriam dados. Sem a sua aprovação, eles não seriam legalizados; ele era o único legislador do Império.[12]
A Herança Pagã do Papado

   A ideia de um Concílio da Igreja foi inventada por
 Constantino, o qual, apesar de sua professa
 “conversão” a Cristo, continuou sendo pagão.
A ideia de um Concílio da Igreja foi inventada por Constantino, o qual, apesar de sua professa “conversão” a Cristo, continuou sendo pagão. Ele jamais renunciou à sua lealdade aos deuses pagãos, jamais aboliu o altar pagão de Vitória, no Senado, nem o das virgens Vestais; e o deus-Sol, não Cristo, continuou a ser honrado nas moedas imperiais. Ele só foi batizado pouco antes de sua morte, e mesmo assim, por Eusébio, um sacerdote ariano herege. Durant nos revela que durante toda sua vida “cristã” Constantino usava tanto os ritos pagãos como os cristãos e continuava a confiar em “fórmulas mágicas para proteger as colheitas e curar doenças”.[13]

O fato de Constantino ter assassinado todos os que pleiteavam o seu trono [notoriamente seu filho Crispo, um sobrinho e um cunhado] é uma evidência ainda maior que sua “conversão” ao cristianismo era, como têm sugerido os historiadores, uma astuta manobra política. O historiador e padre católico Philip Hughes nos lembra: “Em seus atos, ele [Constantino] permaneceu sendo até o final de sua vida o mesmo pagão de sempre. Seus ataques de fúria, a crueldade que, uma vez despertada, não poupava nem a vida de suas esposas e filhos, são... um desagradável testemunho da imperfeição de sua conversão”.[14]

Os três filhos “cristãos” de Constantino (Constantino II, Constâncio II e Constanço), asseguraram, após a morte de seu pai, a posse de suas regiões separadas do império depois de um massacre implacável da família. Eles conseguiram levar a “cristianização” do Império a um patamar ainda maior. Foram eles, (e não Pedro) os antecessores dos papas da atualidade.

Como já foi dito, Constantino convocou, estabeleceu o que seria discutido, fez o discurso de abertura e desempenhou um papel proeminente no primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, o Concílio de Niceia, e também em uma porção de concílios, assim como faria Carlos Magno, 500 anos depois. Tendo em vista que os imperadores convocavam os concílios, não é de admirar que nenhum dos que foram realizados nos primeiros 1000 anos tenha reconhecido o bispo de Roma como cabeça da Igreja.

Cristo exemplificou a humildade e serviço aos outros. Ele disse aos Seus discípulos: “Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lucas 22:25-26). Esquecendo essa admoestação, os papas imitaram os imperadores pagãos, de quem herdaram sua posição e poder.

Cristo também condenou a posição autoritária exercida pelos rabinos em Seus dias. Suas palavras aos líderes da religião judaica são deveras apropriadas à hierarquia católica romana:

“Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens. Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus...

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia... por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mateus 23:6-9; 27-28)
. (Dave Hunt - http://www.chamada.com.br)

Notas:

Austin Flannery, O.P., (editor geral), Vatican Council II: The Conciliar and Post Conciliar Documents (Costello Publishing, 1988, Revised Edition) vol 1, p. 454.
J. H. Ignaz von Dollinger, The Pope and the Council (London, 1869), p. 74.
Peter de Rosa, Vicars of Christ: The Dark Side of the Papacy (Crown Publishers, 1988), pp. 24-25.
Dollinger, op. cit., pp. 53, 66, 74.
Cormenin, History oft he Popes, p. 243, citado em R.W. Thompson, The Papacy and the Civil Power (New York, 1876), p. 248.
August Bernhard Hasler, How the Pope Became Infallible (Doubleday & Co., Inc., 1981), p. 8 da introdução.
Dollinger, op. cit., pp. 65-66.
De Rosa, op. cit., p. 250.
H. Chadwick, The Early Church (Wm. B. Eerdmans, 1976), p. 245.
Eusebius, Oration on the Tricennalia of Constantine, 5.4.
Will Durant, The Story of Civilization (Simon and Schuster, 1950), Part III "Caesar and Christ, p. 656.
De Rosa, op. cit., p. 43.
Durant, op. cit., Part III, p. 656.
Philip Hughes, A History of the Church (London, 1934), vol. 1, p. 198.

Fonte: www.chamada.com.br

Disney apresentará um casal gay em série para crianças

Duas mulheres serão mães de um dos amigos da personagem Charlie nos episódios de 2014

Disney apresentará casal gay em série para crianças
Em 2014 um dos episódios da série infantil “Boa Sorte, Charlie” vai mostrar pela primeira vez um casal homossexual formado por duas mulheres. A ideia foi pensada e discutida pela direção da Disney Channel que procurou ouvir conselheiros comunitários que apoiaram a iniciativa.

A aparição do casal gay vai acontecer durante uma festa de jogos infantis que Amy e Bob Duncan (Leigh-Allyn Baker e Eric Allan Kramer), vão organizar para Charlie (Mia Talerico). As mulheres serão mães de uma das crianças que brincam com Charlie.

“Tal como grande parte da programação do Disney Channel, esta narrativa foi desenvolvida no sentido de ser relevante para as famílias de todo o mundo, refletindo temas de diversidade e inclusão social”, explicou um fonte oficial do Disney Channel.

A série “Boa sorte, Charlie” é uma das atrações de maior sucesso do canal, a estreia aconteceu em 2010 e até hoje obtém grandes índices de audiência. A temporada de 2014 vai encerrar o seriado abordando então a famílias que são formadas por casais homossexuais.

A iniciativa da empresa recebeu apoio de Miley Cyrus, que por anos deu vida à personagem Hannah Montana, ela que está cada vez mais empenhada nas causas dos direitos aos homossexuais aplaudiu a escolha da emissora em abordar este assunto usando sua conta no Twitter.

“Isto é verdade?! Só posso defender a Disney ao dar este passo. Eles controlam muito o que as crianças pensam. A vida não se resume a cenários e roupas brilhantes, ou até mesmo a miúdos que se tornam estrelas. Isto é inspirador”, disse ela. Com informações Público.pt

Fonte: Gospel Prime

terça-feira, 23 de julho de 2013

Porque Mateus 29:7 cita versículos do profeta Zacarias como se fossem de Jeremias?

Será que o evangelista teria errado em sua citação, houve uma falha do copista ou teria sido intencional?

"Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram,
E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor me determinou."
(Mateus 27:9-10)
Foto: Centro Cultural Jerusalem
Quando Mateus apresenta a profecia relativa à morte de Judas, ele cita Jeremias 32:6-9.

Entretanto, ele cita também Zacarias 11:12-13, mas ele afirma que estas citações são do profeta Jeremias. Então a passagem de Zacarias na verdade pertence a Jeremias?

Segundo uma boa parte dos comentaristas, entre eles, F. Davidson, em seu livro "O Novo Comentário da Bíblia" afirma que há uma referência a Zacarias 11:12-13, mas as palavras não concordam pormenorizadamente nem com o hebraico tão pouco com os LXX. Aqui, segundo Davison, o mais importante seria o acréscimo da palavra "campo", sobre a qual depende o cumprimento da profecia citada pelo evangelista. Tanto essa palavra, como as ideias relacionadas a ela, são oriundas de Jeremias 32:6-9, onde ocorre a transação de um campo por algumas moedas de prata.

Segundo ainda Davidson, a relação entre a profecia e seu cumprimento ao qual o evangelista chama atenção, depende de dois trechos do A.T. É compreensível, então, que dos dois profetas, Mateus escolhesse Jeremias, sendo ele o maior e mais antigo dos dois profetas citados e que também fornece a palavra essencial da citação.

Não é de todo certo dizer que Mateus citou exclusivamente Zacarias 11 ou Jeremias 32. Há outras passagens em Jeremias que se referem ao campo do oleiro (Jr 18:2; 19:2,11); além disso o que Mateus escreveu não corresponde exatamente a nenhuma dessas passagens. Mateus combinou vários elementos dessas profecias para dizer o que pretendia.

Outro comentarista cristão e judeu messiânico, David Stern, nos dá também um pouco mais de luz sobre o assunto em seu *"CJNT", onde diz que "embora haja uma leve alusão a Jeremias 32:6-9, a referência é a Zacarias 11:12-13 citado livremente ou de memória." Segundo o Talmud: o rolo dos Profetas pode ter originalmente começado com Jeremias (que seria o livro mais longo pela contagem de palavras), e não com Isaías: Se sua afirmação estiver correta, Mateus estaria de referindo, ao mencionar Jeremias, aos Profetas como um grupo, sem mencionar Zacarias em particular.

Por último, temos mais um comentarista importante a citar, o Dr. (Ph.D., Duke University) Craig S. Keener, professor de Novo Testamento no Seminário Teológico de Asbury em sua obra "Comentário Bíblico Atos do N.T." p. 129, que era costumeiro dos especialistas judaicos citar alguns textos aludindo a outros ao mesmo tempo. Aqui, Mateus cita Zacarias 11:12-13, mas, ao atribuí-lo a Jeremias, também lembra um texto semelhante que gostaria que seus leitores mais hábeis compreendessem (Jer. 32:6-10). Para o Dr. Keener, seria improvável que Mateus, conhecendo tão bem o texto, atribuísse casualmente ao autor errado.

Alguns comentaristas, que não cabe aqui citarmos, tentam justificar a aparente contradição como se fosse um erro do copista, porém, aqui não parece ser esse o casso. Como Jeremias é o livro profético mais proeminente, Mateus o menciona como fonte da mensagem profética que está transmitindo. Ele tinha feito o mesmo anteriormente (Mt 5:2), citando outras duas passagens (Miqueias 5:2 e II Sm 5:2). Era uma prática comum daqueles dias citar o profeta mais popular.

Referências:
GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. 1ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.
KEENER, Craig S. Comentário Bíblico Atos. Novo Testamento: 1ª ed. Belo Horizonte: Editora Atos, 2004.
*STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento: 2ª Ed. Belo Horizonte: Editora Atos, 2008.
DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia. 3ª Ed. São Paulo: Ed. Vida Nova, 1990.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

“Chifres” do papa: descuido ou coincidência?

Revista Time mostra imagem dúbia de papa Francisco

"Chifres" do papa: descuido ou profecia?
O papa Francisco é o personagem da semana para a conceituada revista Time. Primeiro sumo pontífice da América Latina, ele chega ao Brasil para se reunir com jovens católicos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A Time dá destaque ao evento em sua capa da edição que chega às bancas nesta segunda. O problema é que a imagem gerou especulações e indignou muitos católicos.

Seja por descuido ou não, uma foto do perfil de Francisco nas sombras acompanhado do título “O Papa do povo” dois chifres vermelhos em sua cabeça, que seriam o topo da letra ‘M’, mas que conferem a ele um ar diabólico. Muitas reclamações por parte dos católicos e alvo de muitas piadas dos não católicos invadiram as redes sociais depois que a imagem foi divulgada.

O assunto chegou a ser um dos comentados pelos usuários do Twitter nos EUA este domingo.

O tom da matéria enfatiza como o ex-cardeal Jorge Mario Bergoglio está redefinindo o papado “com humildade e sinceridade” e fala sobre como suas ideias podem influenciar o catolicismo na América Latina. Mas a imagem positiva do homem contrasta com a imagem considerada subliminar na capa, especialmente por que ela está apenas na edição internacional da revista, que circula na Europa, na Ásia e na América Latina.

A matéria de capa nos EUA dá destaque à polêmica da morte do jovem negro Trayvon Martin, morto pelo segurança George Zimmerman. O ocorrido tornou-se um símbolo do pedido de revisão do sistema judicial americano e que envolveu até o presidente Obama.

Muitos apontam para capas similares, onde presidentes como Clinton e Obama, e outra figura como o presidente do Irã e o pastor Billy Graham já apareceram com “chifrinhos” similares. Ou seja, seria apenas mais uma coincidência na sobreposição do logotipo da revista sobre uma foto.

Contudo, a teoria de que Francisco é o último papa é especialmente forte nos EUA. Este mês foi publicado o livro “The Last Pope?” [O último papa?] de Thomas Horn. O autor resgata uma antiga profecia católica, feita por São Malaquias, um santo católico que viveu na Irlanda mais de oito séculos atrás.

Sua “Profecia dos Papas”, como ficou conhecida, é uma previsão publicada no ano 1139 que listava os 112 papas que iriam ocupar o trono no Vaticano até que o Anticristo surja, seja derrotado e Jesus volte para reinar sobre o planeta.

Thomas Horn, que é evangélico, não tem dúvidas que a profecia está correta e que Francisco é “Petrus Romanus”, que em latim significa “Pedro, o Romano”. Ou seja, o 112º e último papa.
Horn explica que a última linha da Profecia diz: “Chegará a Roma de uma terra distante…Na perseguição final à Santa Igreja Romana, reinará Pedro o Romano, que apascentará suas ovelhas entre muitas tribulações, e depois disto, a cidade entre sete colinas [Roma] será destruída e o juiz terrível julgará o povo”.

O autor não tem dúvidas que Francisco ajudará a Igreja Católica a voltar às suas raízes, promovendo uma limpeza, e já está agindo como o apóstolo Pedro dois mil anos atrás, falando sobre humildade, amor aos pobres e dizendo que deseja limpar a igreja de seus escândalos sexuais e financeiros. Com informações WND.

Fonte: Gospel Prime

terça-feira, 16 de julho de 2013

Porque a Congregação Cristã no Brasil é uma seita?

A Congregação Cristã no Brasil, fundada em 1910 pelo italiano Louis Francescon. Francescon nasceu na comarca de Cavasso Nuovo, província de Udine, Itália. Após servir o exército, mudou para os EUA, mais especificamente para Illinois, Chicago nos idos de 1890. No mesmo ano começou a conhecer o Evangelho por meio das pregações do irmão Miguel Nardi. Em 1891 teve compreensão do novo nascimento e aceitou a Cristo como seu Salvador. Em março do ano seguinte, junto ao grupo evangelizado por Nardi e alguns membros da igreja Valdense, fundaram a Primeira Igreja Presbiteriana Italiana, tendo sido eleito Fillipo Grili como pastor e Francescon como diácono e, após alguns anos, ancião dessa igreja. Em 20 de junho de 1910, Francescon foi para São Paulo, e após contato com uma Igreja Presbiteriana no Brás, lugar onde alguns membros aceitaram a sua mensagem, bem como alguns batistas, metodistas e católicos romanos, surgiu a primeira "Congregação Cristã" de forma organizada no Brasil.

Em setembro daquele ano, Francescon segue para o Paraná, deixa ali uma nova igreja sem qualquer respaldo. A partir daí, o trabalho da Congregação Cristã espalha-se por lugares onde existem colônias italianas, mais precisamente na região sudeste do país, principalmente em São Paulo e Paraná, local que até hoje tem grande concentração de adeptos. Francescon veio a falecer em 7 de setembro de 1964, em Oak Park, Illinois, EUA. Até hoje, não se sabe porque os adeptos posteriores da CCB adotaram sua posição de sectarismo, pois tal atitude foi bem diferente da adotada pelo seu fundador que manteve contato com pessoas de diversos seguimentos cristãos, como falamos anteriormente. Gunnar Vingren, um dos fundadores das Assembleias de Deus no Brasil narrou em seu diário que teve um encontro com Francescon em um clima de muita comunhão e espiritualidade na cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo em 1920. Algo impensável nos dias de hoje pelos membros da CCB.

Durante anos a CCB esteve entre as igrejas que mais crescem no Brasil. Apesar dos seus equívocos doutrinários, não chega a ser considerada uma seita herética, ainda que grande número das doutrinas que esposa sejam verdadeiras heresias, uma vez que são mantidas em prejuízo da integridade do Evangelho.

1. GUERRA DECLARADA

Durante vários anos a Congregação Cristã no Brasil tem sido conhecida não só pela sua doutrina, mas também pela tenacidade com que se opõe às demais igrejas evangélicas do Brasil. Para os adeptos dessa igreja, apenas seus membros serão salvos, tendo um caráter sectarista, fato este, que nos leva a qualificá-la no mínimo, como um movimento ou seita contraditória. Suas doutrinas são baseadas em versículos isolados das Escrituras e interpretados erroneamente. E o que é mais interessante nisso tudo é que esta seita considera todas as demais igrejas como seitas, fazendo oposição a todas as outras igrejas.

1.1. AVERSÃO À ASSEMBLEIA DE DEUS

Quanto à Assembleia de Deus, particularmente, os membros da Congregação Cristã no Brasil evitam qualquer tipo de relacionamento, alegando para isto os seguintes motivos:

a. A Assembléia de Deus possui pastores assalariados;
b. as mulheres não usam véu;
c. não se observa a prática do ósculo santo;
d. fecham-se as portas enquanto oram;
e. os membros possuem uma saudação diferente;
f. O batismo no Espírito Santo é ensinado de modo diferente.


1.2. ASPECTOS DOUTRINÁRIOS DA CONGREGAÇÃO


Independentemente das normas que regem o relacionamento da Congregação Cristã no Brasil com as demais igrejas, ela ensina entre outras coisas, o seguinte:

• A igreja não precisa de nenhum outro pastor além de Jesus Cristo.
• As mulheres cristãs devem usar o véu durante o culto.
• Os crentes devem saudar-se com o ósculo santo.
• O Evangelho não deve ser pregado fora dos locais habituais de culto.
• Os pregadores não devem estudar nem se preparar para a pregação, pois o Espírito Santo colocará em sua boca as palavras certas no momento certo.
• O dízimo restringe-se aos dias do Antigo Testamento.

É notável o zelo dos membros da Congregação Cristã no Brasil, porém, por lhes faltar orientação doutrinária sadia e sólida, têm-se feito vulneráveis ao fanatismo e ao extremismo, regra geral combatidos pelas Escrituras Sagradas.

Leonard, estudioso francês que escreveu uma história eclesiástica de algumas das igrejas evangélicas do Brasil, preocupa-se com a tendência da Congregação para encaminhar-se para o espiritismo. Ele sente que os membros da Congregação tendem a abandonar as bases bíblicas e a depender da inspiração individual e das práticas fanáticas de seus líderes locais, especialmente das que se relacionam com os chamados "dons espirituais".

Podemos notar que, não obstante a Congregação, algumas vezes, usar passagens bíblicas para fundamentar suas crenças e ensinos, em geral falham os pregadores no que tange à fiel interpretação dos textos que escolhem. Evidentemente isso se dá mais por ignorância do que por malícia ou compromisso consciente com o erro.

2. O PASTOR

O ensino de que a Igreja não deve ter nenhum pastor além de Jesus Cristo está em desarmonia com o ensino do apóstolo, na sua carta aos Efésios:


"E a graça foi concedida a cada um de nós segundo o propósito do dom de Cristo. Por isso diz:
Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens... E ele mesmo
concedeu uns para apóstolo, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e
mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não  mais sejamos meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Ef 4:7,8,11-14).


O ensino implícito no texto de Paulo é que:

a. O pastor é um dom de Deus à sua Igreja (v. 8, cf. Jr 3.15).
b. A função do pastor tem propósitos específicos dentro da Igreja de Cristo, como seja:
• aperfeiçoamento dos santos;
• desempenho do serviço divino;
• edificação do Corpo de Cristo.

Quanto ao pastor e sua função junto ao Corpo de Cristo, que é a Igreja, declaram ainda os apóstolos Paulo e Pedro:

"Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue" (At 20:28).

"Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangidos, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho" (I Pe 5:2,3).

Na CCB o pastor é chamado de ladrão, para eles existe apenas o ancião. Eles condenam a função de presbítero, talvez porque desconheçam que a palavra "ANCIÃO" é a forma hebraica para o grego "PRESBÍTERO". Isso é incoerente com o parágrafo 10 das doutrinas da CCB que diz: "Nós cremos que o Senhor Jesus Cristo tomou sobre si nossas enfermidades. Está alguém entre vós doente? Chame os PRESBÍTEROS da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor..." (Tg. 5:14-15)

O SUSTENTO DO PASTOR


Quanto ao sustento remunerado do pastor e daqueles que dão tempo integral à obra de Deus, é isto uma recomendação bíblica. Vejam-se os exemplos:


a. Paulo recebeu salário de determinadas igrejas para servir aos crentes em Corinto (II Co 11:8).
b. O pastor que emprega tempo integral na assistência à igreja é digno do seu salário (I Tm 5:18).
c. Paulo ensinou à igreja de Corinto a sustentar os pregadores do Evangelho (I Co 9:4-14).
d. Timóteo foi advertido por Paulo a não cuidar dos negócios seculares para se sustentar (II Tm 2:4).
e. Pedro disse que a única ocupação dele e de seus companheiros de ministério era a oração e a pregação (At 6:4).
f. Os apóstolos de Jesus viviam das ofertas que recebiam. Em João 12:6 lemos que existia uma bolsa onde eram depositadas as contribuições para o sustento dos discípulos, e Judas fazia as compras com o dinheiro aí depositado (Jo 13:29).

3. O PROBLEMA DO VÉU

Em I Coríntios 11, Paulo escreve uma longa apologia com respeito ao véu e seu uso na comunidade cristã de Corinto. Nos dias da Igreja Primitiva, a mulher que não usasse véu nos cultos públicos agia como se tivesse rapado a cabeça. Ora, a cabeça rapada era algo repugnante para os judeus, já que só as adúlteras tinham a sua cabeça rapada, como castigo do seu crime (Nm 5:18). O mesmo acontecia com as escravas, e, às vezes, com as mulheres em luto, mas isso não era usual para as mulheres que estavam no seu estado normal.

A passagem de I Coríntios 11, segundo o comentador Russel Norman Champlin, "ilustra o perene problema que há entre os costumes sociais e a moralidade cristã". Segundo Champlin, Paulo escreve aqui do ponto de vista de um rabino, como representante da antiga cultura judaica. Porventura tais costumes continuariam sendo obrigatórios para nós hoje em dia, quando as coisas são tão radicalmente diferentes, em aspectos como o vestuário, e, sobretudo, no que tange à nossa ideia acerca da posição da mulher nos dias atuais? Acreditamos que, visto que os costumes sociais mudaram, as exigências deste tempo também mudaram (O Novo Testamento Comentado, vol. IV).

Uma vez que nenhum estigma ou impropério é lançado hoje sobre uma mulher que não usa véu, cremos que o apóstolo Paulo, se vivesse hoje, nem ao menos teria abordado o assunto. Não obstante, podemos perceber que esse apelo em prol do uso de cabelos crescidos pelas mulheres poderia permanecer firme.

Se a Congregação Cristã no Brasil diz obedecer a essa orientação de Paulo quanto ao uso do véu, suas mulheres deveriam usá-lo, não apenas no culto, mas também, de acordo com o contexto histórico, em público, porquanto nenhuma mulher crente da época apostólica pensaria ser apanhada na rua sem véu.

Esta atitude da Congregação é condenável, não pelo fato de suas mulheres usarem o véu durante o culto, mas pela maneira irracional com que condenam o seu desuso nas demais igrejas. Salienta-se que o uso do vestuário no culto, tal como o véu, chapéu, roupas, etc, depende da cultura, pois os costumes se alteram e as exigências também. Este era mais um costume local do que uma doutrina imposta à igreja primitiva, por isso não vemos o assunto sendo abordado fora do contexto de Coríntios.

4. O PROBLEMA DO ÓSCULO

O ósculo era uma maneira comum de saudação entre os orientais, muito antes mesmo do estabelecimento do Cristianismo. Servia aos judeus nas suas saudações, tanto nas despedidas como também na forma de demonstração geral de afeto. O ósculo era entre os orientais uma expressão de saudações e respeito tão comum quanto o aperto de mãos ou o abraço, na nossa cultura. Na igreja primitiva, o ósculo era simplesmente uma parte da saudação, quando os crentes se reuniam em seus cultos públicos. Porém, não demorou muito até que fosse transferido para a própria liturgia, primeiramente como um sinal de despedida, após a oração final, que encerrava cada reunião, mas, finalmente, como parte do rito da Ceia do Senhor.

Houve regiões em que esta prática perdurou até o final do século III. Em alguns lugares o costume perdura até hoje, mesmo entre não cristãos.

O ósculo santo entre os crentes primitivos não se limitava a ser praticado mulher com mulher e homem como homem, como hoje fazem os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil. Os costumes orientais indicam que o ósculo santo era aplicado na testa ou na palma da mão, mas nunca nos lábios.

Em algumas culturas ocidentais, como por exemplo o Brasil, seria imputado como algo vergonhoso um homem beijar outro homem dentro da comunidade evangélica ou da sociedade em geral. Por essa razão é que temos achado melhor evitar essa forma de demonstração de afeto, substituindo-a por um simples aperto de mão.

Diante do exposto, conclui-se que:

• Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil saúdam com o ósculo apenas homem com homem ou mulher com mulher, é sinal de que há malícia em fazer de outra forma, e, se há malícia, torna-se pecado a prática do ósculo.
• Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil se saúdam com o ósculo apenas no decorrer do culto, também está errado, já que na Bíblia os cristãos primitivos saudavam-se assim publicamente (At 20:37).
• A saudação com ósculo não é má em si mesma; o problema está no fato de assumir feições meramente ritualísticas, divorciadas da verdadeira piedade cristã.

5. A PREGAÇÃO NAS RUAS

O fato de a Congregação Cristã no Brasil não pregar o Evangelho pelas ruas e praças não encontra apoio nas Escrituras. A sua omissão se deve à falsa interpretação que fazem de Mateus 6:5: "E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens". Desse modo, com medo de serem considerados hipócritas, desobedecem ao imperativo de Jesus: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura" (Mc 16:15). Como será possível evangelizar o mundo inteiro quando se alcançam apenas aqueles que frequentam os nossos templos? Também argumentam que somente pregam para alguém se o Senhor falar para que reguem, ou seja, eles poderão conviver com alguém a vida toda, se Deus, no contexto deles não falar para que preguem, simplesmente não pregam. Mas o Senhor não falou há mais de 2000 anos atrás? "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura" (Mc 16:15).

Na parábola da grande ceia, Jesus ensinou o modo como a Igreja deve proceder quanto à evangelização:

"Saí depressa pelas ruas e bairros da cidade, e trazei aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos... Saí pelos caminhos e valados, e forçai-os a entrar, para que a minha casa se encha" (Lc 14:21,23).

Segundo a Bíblia,

• Jesus pregou nas ruas (Lc 13:26), nas praças públicas (Mc 1:15,20) e nos montes (Mt 8:1).
• Paulo pregou à beira de um rio e num logradouro público (At 16:13; 17:17).

Famosos cristãos do Novo Testamento foram salvos, não num culto dentro de um templo, mas onde estavam, nos seus afazeres.

• Pedro, André, Tiago e João, foram salvos durante um culto realizado por Jesus, à beira do mar da Galileia (Mt 4:18-22).
• Mateus estava na coletoria quando ouviu Jesus dizer: "Segue-me!", e o seguiu (Mt 9:9).
• Lídia foi salva à beira de um rio, enquanto ouvia Paulo (At 16:13-15).
• Dionísio e muitos outros gregos foram salvos enquanto ouviam Paulo pregando no Areópago, lugar comum de discussão em Atenas (At 17:34).

Jesus jamais disse ao pecador: "Vinde ao templo para serdes salvo", pelo contrário, Ele diz à Igreja: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura" (Mc 16:15).

Certa vez conversando com um membro da CCB ele me disse que havia feito uma visita para um família que estava passando necessidades e que não deram ajuda em mantimentos para a família porque o Senhor não havia falado para ajudar aquela família que eles já sabiam que precisava. Isso é negligência e não obediência.

6. O PREGADOR PERANTE A CULTURA

O ensino da Congregação Cristã no Brasil de que o pregador não deve buscar "a sabedoria do mundo", pois o Espírito Santo colocará na sua boca as palavras certas no momento certo, deve-se a uma interpretação equivocada das seguintes palavras de Jesus: "... não cuideis em como, ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será concedido o que haveis de falar; visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós" (Mt 10:19,20).

Quando analisada esta passagem dentro do seu contexto, verificamos que nenhuma alusão há ao fato de que o crente deve relaxar o estudo e o conhecimento geral sob a garantia de que o Espírito Santo falará por ele quando estiver pregando. Esta passagem se refere à maneira como o crente deve se comportar no momento da provação, no caso de vir a ser conduzido aos tribunais e à presença de governadores e reis por causa do nome de Cristo.

E evidente que o elemento sobrenatural da mensagem deve ser realçado; isso, porém, não elimina a utilidade do conhecimento resultante do estudo e da pesquisa. Não poucos versículos da Bíblia insistem na necessidade de o crente buscar maior conhecimento através da leitura, do estudo e de outras formas de aprendizagem.

Os mais destacados vultos das Escrituras falaram a essa respeito:

a. Salomão: "Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento" (Pv 9:9).
b. Jesus: "... todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas" (Mt 13:52).
c. Paulo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (II Tm 2:15).

Cativo num frio cárcere romano, escrevendo ao seu amigo Timóteo, diz o apóstolo Paulo:

"Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos" (II Tm 4:13).

Paulo dava prioridade aos "pergaminhos", a Bíblia dos seus dias, mas por nada abandonava os outros "livros" de consulta disponíveis nos seus dias.

7. A QUESTÃO DO DÍZIMO

Só podemos compreender o grande significado do dízimo no contexto da adoração cristã quando o analisamos à luz da soberania de Deus. Quando damos o dízimo estamos com isto dizendo que Deus é dono inalienável de tudo, e que o homem é seu mordomo. O salmista disse: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Sl 24:1).

O ensino da Congregação Cristã no Brasil de que o dízimo foi uma prática restrita ao tempo da lei — e, portanto, não se aplica ao crente na atual dispensação — é improcedente e sem base nas Escrituras.

Opomo-nos a este ensino por duas razões, pelo menos:

1) A prática de dizimar é bem mais antiga que a própria Lei. Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, mais ou menos quinhentos anos antes da outorga da Lei no Sinai (Gn 14:18-20). Não muito tempo depois, Jacó, neto de Abraão, ao fugir da presença de seu irmão, fez um voto ao Senhor, pedindo prosperidade em sua viagem, dizendo que ao voltar daria ao Senhor o dízimo de tudo quanto tivesse recebido (Gn 28:20-22).

2) Na atual dispensação, Deus requer o dízimo e muito mais que isto, por vários motivos:
a) como participantes de uma aliança superior, temos sido contemplados com maiores bênçãos;
b) porque maiores privilégios sempre acarretam maiores responsabilidades. Isto não significa que o crente da atual dispensação seja forçado a dizimar, pelo contrário, ele é levado a fazê-lo constrangido pela lei do amor e da gratidão, por estar recebendo maiores bênçãos de Deus (SI 103:1,2).

7.1. O DÍZIMO HOJE

Os escritores do Antigo Testamento viram os direitos de Deus sobre a vida do homem à luz da criação, enquanto os do Novo Testamento viram-nos à luz do Calvário. Com isso, corrobora o ensino do apóstolo Paulo: "Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressuscitou, para ser Senhor, tanto de mortos como de vivos" (Rm 14:8,9).

Alguém disse que cada cheque de pagamento é um novo Éden. Reconhecemos nós a soberania de Deus e os seus direitos como parte do seu propósito? Ou consideramos nossas todas as árvores do jardim?

7.2. A SOBERANIA DE DEUS

O milagre da criação de Deus e o seu direito permanente de soberania são ilustrados pelo resultado da seguinte pesquisa. Certa faculdade de estudos agrícolas fez uma pesquisa das coisas indispensáveis empregadas na produção de 100 alqueires de milho em meio hectare de terra. Verificou-se que o homem contribui apenas com o trabalho de preparar a terra, plantar e colher, ao passo que Deus concorre com muitas coisas, como, por exemplo: cerca de 1.800.000 litros de água; uns 3.200 litros de oxigênio; 2.400
litros de carbono ou 8.200 de monóxido de carbono; 73 quilos de nitrogênio; 57 de potássio; 18 de fósforo; 34 de enxofre; 23 de magnésio; 23 de cálcio; 908 gramas de ferro, além de pequenas quantidades de iodo, zinco e cobre. Cem alqueires de milho! Quem os produziu? De quem são?

Tudo pertence a Deus, no entanto Ele nos entregou tudo, requerendo o retorno de apenas um décimo, e ainda sob a promessa de que sobre aquele que o fizer, derramará bênçãos sem medida (Ml 3:10).

O reverendo Stanley Jones escreveu: "O Dízimo é um Sinal -Uma Prova de que Você não é Dono, mas Devedor". Assim como você paga impostos em reconhecimento do senhorio de mais alguém, também com o dízimo você reconhece a soberania de Deus sobre os nove décimos restantes.

Assim, todo crente deve dizimar, porque:

a. Deus recomenda que o façamos (Ml 3:10).
b. Não dizimar é furtar ao Senhor (Ml 3:8).
c. Do dízimo depende o sustento material da casa do Senhor (Mal. 3:10).
d. Da felicidade em dizimar advém grande abastança (Mal. 3:10).

Também vemos o próprio Senhor Jesus repreendendo os escribas e fariseus em Mateus 23:23, onde Ele mostra que aqueles deveriam dizimar, porém sem se esquecer dos preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Em outras palavras: "Deem atenção a estas coisas, sem negligenciar as outras". E o texto paralelo em Lucas 11:42: "Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras." Jesus jamais condenou a prática do dízimo. O autor aos hebreus falou do dízimo na atual dispensação: "E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive." (Hb. 7:8). "E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos." (Hebreus 7:9).

Se os dízimos que são citados nas Escrituras não podem ser praticados, porque praticam ofertas que não são sequer mencionadas nas Escrituras?
a) ofertas de piedade
b) ofertas para compra de terrenos
c) ofertas para fins de viagens
d) ofertas para conservação de prédios
e) ofertas de votos

Não condenamos a prática de ofertas, apenas gostaríamos de saber porque condenam os dízimos que são bíblicos e aprovam ofertas com nomes jamais citados nas Escrituras.

8. DOUTRINAS DA CCB


A corrente doutrinária da CCB faz com que a maioria dos estudiosos de movimentos contraditórios acreditem que ela tem um 'evangelho' segundo ela mesma. A maioria de seus adeptos defendem a ideia de que a salvação só é possível estando ou sendo membro desta igreja. Coitados dos cristãos que viveram antes de sua fundação que se deu pouco mais de 100 anos! Estão todos perdidos, segundo esse pensamento! Não ser membro da "Gloriosa Congregação", como chamam sua igreja, SIGNIFICA não ser salvo, em palavras bem simples, isso significa que para os membros da CCB a salvação só pode ser alcançada por um membro da CCB. Faço uma pergunta: "O que aconteceu, então, com Noé, Abraão, Isaque e Jacó? O que aconteceu com os apóstolos e todos os crentes de todos os tempos antes da CCB nascer? Nas Sagradas Escrituras, vemos que não pode haver uma espécie de religião salvívica, a salvação e redenção eternas foram providas por Cristo (Heb. 5:9; II Tim. 2:10; Tt 3:7; Jd 1:21, etc...)


8.1. DESPREZAM O ESTUDO DAS ESCRITURAS


A CCB ensina que não é necessário se preparar, examinar ou meditar nas Escrituras (contradizendo Salmo 1:1-2 e muitas outras passagens escriturísticas). Isso desvirtua um dos propósitos de Deus que é o exame e a meditação nas Escrituras: "Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite."



"O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei" (Os. 4:6a).

"Pois o povo que não tem entendimento será transtornado." (Os. 4:14b).

"Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim..." (João 5:39).

"Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus." (Mt. 22:29).

Como pode alguém ensinar o que não conhece bem? Esta posição de não conhecer as Escrituras é, inclusive, contrária a de seu fundador.

8.2. O BATISMO NA CCB


Para a CCB o batismo purifica o homem do pecado e não aceitam o batismo realizado por outras denominações. Segundo eles, quando os ministros de outras denominações realizam o batismo eles usam a expressão "eu te batizo", colocando assim a carne na frente de Deus. Para eles o batismo só é válido se realizado com esta fórmula: "Em nome do Senhor Jesus, te batizo em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo". Aqui, além de um pensamento controverso, dá-se um esbarrão na própria língua portuguesa, pois não faz diferença em dizer "te batizo" e "eu te batizo", pois o sujeito (eu) está oculto.


Coitadinho de João Batista, caso essa observação estivesse correta! Quando o batismo de João era aplicado por ele, ele dizia: "eu vos batizo com água..." Será que o arauto do Senhor Jesus contrariou a Deus ao realizar o seu batismo quando disse "eu vos batizo"? (Mc. 1:8; Lc. 3:16; Mt. 3:11; Jo 1:26,31).

8.3. A SAUDAÇÃO DA CCB


Geralmente os argumentos usados pela CCB para justificar suas doutrinas não passam pela prova das Escrituras e são muito frágeis, um desses exemplos é o caso da saudação a qual afirmam que as outras igrejas as usam de forma errada, pois para eles "a Paz do Senhor" não é correta porque existem muitos senhores, mas Deus é um só. Porém esta acusação cai por terra quando analisamos o que dizem as Escrituras, por ex.: "Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores),Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele" (I Coríntios 8:5-6). Assim com existem muitos senhores, também há muitos que se chamam deuses. E aí?


Quando saudamos com a Paz do Senhor ou a Graça e a Paz, estamos fazendo com a Paz do Grande Senhor e Salvador Jesus Cristo, o qual também é Deus (Jo. 14:27; Tt 2:13).


8.4. ORAÇÃO SOMENTE DE JOELHOS



Todos os cristãos que oram de pé são acusados pela CCB de serem fariseus baseados em Mateus 6:5 e outras passagens como Romanos 14:11: "E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão."


"Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus." (Rm. 14:11). Mas, se podemos orar apenas de joelhos, e não é a isso que o contexto se refere, então o que fazer das passagens onde vemos pessoas orando de pé e sendo respondidas ? Em Lucas 18:9-14, temos dois personagens, um fariseu orando em pé e um publicano, também orando em pé. O primeiro, por causa de sua hipocrisia e exaltação pessoal não foi respondido; o segundo, se humilhou e foi respondido prontamente pelo Senhor que o justificou. O fariseu foi impedido de ser ouvido porque confiava em si mesmo, foi arrogante (v.9)

Temos pessoas orando prostradas em terra perante o Senhor (Núm. 20:6; II Cron. 20:18)
Temos pessoas orando de pé e tendo suas orações respondidas (II Cron. 20:5-18; 30:27; I Sam. 1:9-13)
Temos pessoas orando deitados em seu leito de enfermidade (Is. 38:1-8)
Temos pessoas orando dentro do ventre de um peixe (Jn. 2:1-10)
Temos pessoas orando de joelhos (Ef. 3:14)
Temos pessoas orando sentadas (At. 2:1-4)

O Senhor ouve a nossa oração independente da posição de oração, o que Ele realmente quer é que tenhamos corações arrependidos, humildes e sinceros que confiam n'Ele plenamente. Se pudéssemos orar apenas de joelhos, como faríamos para obedecer I Tessalonicenses 5:17? "Orai sem cessar".

De fato, nos deparamos com uma igreja exclusivista que acredita que o céu foi feito somente para eles e que salvação só existe em sua denominação. No que tange à interpretação bíblica, aceitam apenas sua EISEGESE*. Em suma, para eles, somente seus líderes são bíblicos, somente seu jeito de orar é válido, a salvação é apenas para seus membros, a pregação do Evangelho só é correta através de seus membros, etc...

Assista o vídeo sobre a lista secreta da CCB:


Firmemo-nos, pois, apenas na Palavra de Deus.

EISEGESE*. É o contrário de Exegese, que é a Bíblia interpretando a si mesma. Na Eisegese, o leitor dá ao texto sagrado a sua própria interpretação, criando sentidos que interpretam a sua doutrina particular. A Exegese é a mãe da ortodoxia. Já a Eisegese dá origem ao que chamamos de extravagâncias doutrinárias. Ela gera o misticismo e dá a luz aos erros teológicos.

Referências:
OLIVEIRA, Raimundo. Seitas e Heresias: Um Sinal do Fim dos Tempos: 23ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
Religiões, O que diz a Palavra de Deus? Ano de 2009.
KEENER, Craig S. Comentário Bíblico Atos. Novo Testamento: 1ª ed. Belo Horizonte: Editora Atos, 2004.
STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento: Ed. Belo Horizonte: Editora Atos, 2008.
ANDRADE, Claudionor C. Dicionário Teológico: Um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores: 9ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.

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Romanos 14:9

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