"Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;"
(Gênesis 11:5)
Muitos críticos da Palavra de Deus se aproveitam desse versículo para mostrar que o homem tem noções nada criativas a respeito de Deus, levando a pensar também que nem mesmo o autor de Gênesis teria escapado de tal pensamento, ou seja, pensar que Deus teria descido de sua habitação celestial para espiar uma torre e uma cidade que estavam sendo edificadas. Mas, primeiramente, uma das coisas que temos que pensar ou entender que isso se trata de uma linguagem antropomórfica¹ (em outros casos usa-se o antropopatismo²) a qual que é bastante corriqueira na Bíblia, usada para ajudar ao leitor a entender o que quer dizer o texto bíblico.
(Gênesis 11:5)
Jonh Gill, citado por Champlin em seu livro "O Antigo Testamento Comentado" p.95 afirma que "Deus não desceu local ou visivelmente, sendo Ele imenso, Onipresente e invisível..." pois tudo isso foi dito à maneira que os homens pudessem entender.
Deus é onipresente, isto é, ele está em todo lugar ao mesmo tempo (SI 139:7-10). Gênesis 11:5 declara que Deus "desceu" para ver a cidade que os homens edificavam. Mas se ele já estava aqui, como é que ele "desceu" até aqui?
Deus "desceu" é uma teofania, que significa uma manifestação especial, e num determinado local, da presença de Deus. Estas teofanias ocorriam frequentemente no AT. Certa vez, Deus apareceu a Abraão como homem (Gn 18:2). Deus também desceu para falar com Moisés (Êx 3), com Josué (Js 5:13-15) e com Gideão (Jz 6), de maneira semelhante.
Deus "desceu" é uma teofania, que significa uma manifestação especial, e num determinado local, da presença de Deus. Estas teofanias ocorriam frequentemente no AT. Certa vez, Deus apareceu a Abraão como homem (Gn 18:2). Deus também desceu para falar com Moisés (Êx 3), com Josué (Js 5:13-15) e com Gideão (Jz 6), de maneira semelhante.
Fontes: GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. 1ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.
¹KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi. Dicionário
da Bíblia de Almeida: 2ª Ed. São Paulo: SBB, 1999. p. 35
¹ANTROPOMORFISMO: [Do gr. anthropos, homem; e morphe, forma]. Linguagem figurada para falar de Deus como se ele tivesse forma, membros, órgãos e sentimentos humanos. Exemplos: face (Êx 33.20), boca (Mq 4.4), olhos (Jó 34.21), ouvidos (Sl 17.6), braço (Is 52.10), mão (1Pe 5.6) etc.
²ANDRADE, Claudionor C. Dicionário Teológico: Um Suplemento Biográfico
dos Grandes Teólogos e Pensadores. 9ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000. p. 46
²ANTROPOPATISMO: [Do gr. anthropos, homem; pathos, sentimento]. Atribuição de sentimentos humanos a Deus. Figurativamente encontramos várias expressões como esta: a ira de Deus, o arrependimento de Deus etc. Tais expressões são usadas para que o ser humano possa entender a ação divina na história sagrada. É uma forma dos autores sagrados dizerem que o Criador não é indiferente ao que acontece nesse mundo...
CHAMPLIN, Russel Norman. O
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. 2ª Ed. São Paulo: Editora Hagnos,
2001.
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