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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Quanto valem 365 dias de vida?

Norbert Lieth

Na Holanda se discute quanto a sociedade deveria pagar pelo tratamento médico de um único paciente. Para felicidade nossa, Deus calcula de maneira bem diferente.
Conforme o boletim TOPIC, na Holanda se discute quanto a sociedade estaria disposta a gastar para prolongar uma vida humana por mais um ano. Essa questão surgiu com a polêmica acerca do destino de uma jovem mãe com câncer. Ela precisava de um medicamento extremamente caro, que não garantia sua cura. A questão em debate era se deveria ser estipulado um limite máximo para as despesas médicas que a sociedade estaria disposta a pagar para prolongar uma vida por mais 365 dias. Estabelecer um custo máximo também aliviaria a responsabilidade dos médicos, que precisam tomar sérias decisões quanto aos tratamentos de seus pacientes. Essa polêmica poderia prosseguir, como aconteceu com a eutanásia. Pelo que se percebe, começam a tomar forma as tentativas de transformar a duração da vida humana em uma mercadoria, ou seja, de estipular seu valor em dinheiro para equipará-la a um bem que pode ter preço estipulado e seja vendável. A respeito, cito a interessante declaração de Neil Postmann, conhecido crítico dos excessos da tecnologia:
É inquestionável que cada vez menos pessoas sentem-se comprometidas com os valores e as reivindicações de autoridade da Bíblia ou de outras tradições religiosas. Por isso, suas decisões deixaram de ser éticas para serem somente práticas, decisões que, em seu âmago, levam em consideração os ditames do mercado.
Deus calcula de forma bem diferente!
Em três parábolas, o Senhor nos mostra o grande valor de cada vida humana:

1. A parábola da ovelha perdida

Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles. Então, lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lc 15.1-7).
Uma única ovelha de um rebanho de cem animais equivale a 1%! Jesus, o Bom Pastor, não se importa de andar muito procurando uma de Suas ovelhas que se perdeu. Ele faz tudo para salvar essa ovelha em particular. Para Ele, a ovelha perdida não é apenas mais um número ou uma porcentagem; é uma vida preciosa que Ele quer levar para o reino dos céus. Ele, que sustenta e mantém todo o Universo, em cujos ombros repousa todo o poder (Is 9.6) não se acha grande demais para ir atrás de uma de Suas ovelhas perdidas, de colocá-la em Seus ombros e de levá-la para casa.

2. A parábola da dracma perdida

Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la? E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido. Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15.8-10).
Lembro bem do que sempre nos ensinavam quando eu era criança: “Quem não cuida do tostão não merece o milhão”! Na parábola da dracma perdida vemos que o valor do bem perdido equivalia a 10% do total. Jesus veio como luz para o mundo, para buscar o que se havia perdido. Nem um homem sequer lhe é indiferente. Cada um tem valor infinito em relação à vida eterna.

3. A parábola do filho pródigo

Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se” (Lc 15.11-24).
Essa parábola fala de 50%. Será que o Todo-Poderoso, que tem tudo à Sua disposição, não poderia prescindir de uma só pessoa? Não! Ele não abre mão de ninguém! Cada um é importante! Ele se interessa particularmente por cada ser humano. Ele quer estar perto de cada um, cuidar de cada um e estender Seus braços a cada um, por mais perdido que esteja.
Deus está disponível para todos. Afinal, Ele entregou Seu Filho 100%, integralmente, pelo mundo inteiro. Cem por cento por cem por cento! Tudo por todos! “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Vemos que o Senhor sempre dá tudo de si, começando com um por cento até atingir todas as pessoas. E nós? Fazemos contas, calculamos e avaliamos se vale a pena deixar alguém viver mais um ano... (Norbert Lieth — Chamada.com.br)
Norbert Lieth é Diretor da Chamada da Meia-Noite Internacional. Suas mensagens têm como tema central a Palavra Profética. Logo após sua conversão, estudou em nossa Escola Bíblica e ficou no Uruguai até concluí-la. Por alguns anos trabalhou como missionário em nossa Obra na Bolívia e depois iniciou a divulgação da nossa literatura na Venezuela, onde permaneceu até 1985. Nesse ano, voltou à Suíça e é o principal preletor em nossas conferências na Europa. É autor de vários livros publicados em alemão, português e espanhol.

terça-feira, 24 de maio de 2016

E Depois?


Ao final do curso, um velho professor perguntou a um dos seus alunos:

— “O seu curso está terminando, não é verdade?”

— “Sim, professor”, respondeu o aluno, “amanhã vou receber o meu diploma”.

— “O que você vai fazer agora?”

— “Bem, vou fazer a pós-graduação, mestrado, etc... depois penso em casar, juntar fortuna. Serei o melhor naquilo que faço e o meu nome será sinônimo de sucesso”.

— “E depois?”

— “Depois, mais tarde, vou me aposentar, ter uma vida mansa. Vou aproveitar para conhecer o mundo...”

— “E depois de tudo isso?”

— “Professor, creio que chegará o dia em que vou morrer...”

— “E depois?”

— “Depois...”

Quando a conversa chegou nesse ponto o aluno não soube responder mais. E você, amigo, sabe a resposta? Sabe o que acontecerá depois?

Se observarmos, por um momento, as idéias do jovem, concluímos que a maioria das pessoas pensa de modo semelhante, talvez, incluindo você, não é mesmo?

Normalmente ouvimos alguém dizer: “Vou fazer isto e aquilo...”; “Vou a tal lugar...”. Essas palavras trazem à lembrança um relato que encontramos no Evangelho de Lucas, onde lemos: “O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12.16b-20).

Esse homem havia traçado grandes metas, planos ambiciosos para a sua vida, porém, sua confiança estava baseada em um tesouro equivocado.

A Bíblia nos diz: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mateus 16.26). Portanto, o que você fará após a leitura dessas linhas? Continuará negando e rejeitando a Deus?

Qual será a sua decisão?

A Palavra de Deus mostra de modo muito prático: “É muito fácil andar pelo caminho que leva à perdição, porque ele é largo e há muitos andando nele! No entanto, é muito difícil andar pelo caminho que leva à vida, porque ele é muito estreito e são poucos os que o encontram!

O que você fará?

Continuará andando pelo “caminho largo” por onde andam os que rejeitam a Deus e não se interessam por aquilo que Ele diz? Ou seguirá pelo “caminho estreito”, onde andam os que reconhecem a Jesus como Salvador e Senhor de suas vidas?

Jesus diz: “Quem crê em Mim – o Filho de Deus – não será condenado pelo Pai, “...mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus”(João 3.18 – NVI).
Ponha a sua fé e confiança em Jesus e receba a vida eterna e a esperança que Ele lhe proporciona. Peça que o Senhor perdoe os seus pecados e aceite-O como Senhor e Salvador da sua vida. Não espere mais, faça-o agora mesmo e poderá ver o poder de Deus trabalhando em você!
Assim, você obterá a resposta à pergunta: “E depois...?”

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Apostasia, Anjos e Juízo



Renald E. Showers
Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes de tudo uma vez por todas, que o Senhor, tendo libertado um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram; e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia; como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição. Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam autoridades superiores. Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda! Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem. Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá” (Judas 5-11).
A apostasia não é algo novo. Embora ela possa parecer pior hoje do que em anos anteriores, ela tem estado por aí desde quase sempre; e ela colhe o juízo de Deus.
Apóstata é aquela pessoa que abandona a religião, os princípios, o grupo ou a causa aos quais era associada e cujos ensinamentos professava anteriormente.[1] O livro de Judas dá exemplos de apóstatas dos tempos do Antigo Testamento e do juízo divino que esses apóstatas colheram.

Apóstatas do Antigo Testamento

O primeiro exemplo envolve o povo de Israel, a quem Deus havia trazido do Egito sob a liderança de Moisés (Jd 5). Todos ficaram muito satisfeitos em ser libertados da escravidão e do sofrimento que haviam experimentado durante muitos anos. Mas os incrédulos entre os israelitas ficaram satisfeitos meramente por motivos egoístas, em vez de ser pela honra e glória de Deus. Como conseqüência, Deus, “destruiu, depois, os que não creram” (Jd 5).
O segundo exemplo de Judas envolve um grupo de anjos, a quem Deus criou para um domínio angélico especial, ou esfera de influência (v.6).[2] Aparentemente, esses anjos ficaram satisfeitos com seu poder sobrenatural de influência, mas decidiram usá-lo por motivos egoístas em vez de ser para os propósitos de Deus. O pecado dos anjos consistiu em quatro ações:
1. Abandonar o domínio que lhes havia sido ordenado por Deus, ou sua esfera de influência, a fim de se tornarem parte de um domínio diferente.
2. Abandonar “seu próprio domicílio” (v.6). Esses anjos desertaram da habitação ordenada por Deus para os anjos nos céus,[3] a fim de viverem em outro local.
3. Entregar-se à “prostituição” (v.7). O versículo 7 começa, dizendo: “Como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas”. Alguns intérpretes afirmam que o versículo 7 não tem nenhuma relação com os anjos do versículo 6.[4] Eles insistem que as palavras“como aqueles”, no versículo 7, se referem às cidades de Sodoma e Gomorra e não aos anjos do versículo 6, e que Judas estava dizendo que as cidades ao redor de Sodoma e Gomorra se entregaram à imoralidade sexual de maneira semelhante às de Sodoma e Gomorra.
No entanto, a palavra “cidades” em grego é feminina. Diferentemente, as palavras gregas traduzidas por “como aqueles” no versículo 7, e “anjos” no versículo 6 são ambas masculinas. Assim, “como aqueles” no versículo 7 deve referir-se aos anjos do versículo 6, e não às cidades de Sodoma e Gomorra.[5] Judas estava dizendo que Sodoma e Gomorra e as cidades ao redor destas pecaram como os anjos do versículo 6, cometendo imoralidade sexual.
Todavia, isto não significa que os anjos se entregaram ao mesmo tipo de imoralidade sexual que os homens daquelas cidades perversas. A palavra grega traduzida por “prostituição” no versículo 7 se refere a qualquer tipo de relacionamento sexual proibido por Deus.[6] A imoralidade sexual dos homens de Sodoma e Gomorra, e das cidades da circunvizinhança, envolvia irem atrás de “outra carne”. Ir “após outra carne” significa “ter relações sexuais antinaturais”.[7] Os homens se envolveram em relações sexuais não-naturais uns com os outros, embora Deus tenha criado seres humanos masculinos para serem sexualmente alheios a outros seres humanos masculinos (Lv 18.22; Lv 20.13; Dt 23.17.
4. Ir “após outra carne” (v.7). A imoralidade sexual dos anjos também envolvia ir atrás de “outra carne”. Deus criou anjos como seres espirituais, sem corpos físicos de carne e osso. Assim, os anjos do versículo 6, contrariamente à sua natureza e ao que Deus pretendia, buscaram ter relações sexuais com carne física. O final do versículo 6 indica que Deus puniu esse pecado quádruplo confinando-os a um lugar lúgubre de trevas, onde Ele os mantém até o juízo final deles no fim da história desta Terra: Ele os reservou em “algemas eternas” para o juízo do grande dia.
O apóstolo Pedro tinha em mente esses mesmos anjos quando escreveu:
Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo. E não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas” (2Pe 2.4-5).
Várias coisas devem ser observadas relativamente a estes comentários: Primeiro, Pedro estava se referindo a um grupo de anjos a quem Deus havia confinado e acorrentado em um terrível lugar de trevas no passado.
Segundo, embora a tradução chame esse lugar de “inferno”, Pedro não usou a palavra do Novo Testamento para “inferno” (Hades) nesta passagem. Em vez disso, ele usou a palavra Tártaro. O mundo antigo entendia Hades e Tártaro como duas coisas distintas. Tanto os escritores apocalípticos gregos como judeus consideravam Tártaro como “um lugar subterrâneo, mais baixo que o Hades, onde o castigo divino era executado”.[8] O capítulo 22, versículo 2, do Livro Apócrifo de Enoque apresenta o Tártaro como o lugar de punição para os anjos caídos. Pedro estava indicando que esses espíritos maus estão aprisionados no mais profundo abismo das trevas.
A Segunda Carta de Pedro 2.4 é o único texto no Novo Testamento em que esse lugar de juízo é mencionado com seu próprio nome. Várias outras passagens se referem a ele através de seu termo descritivo, como o “poço do abismo” (literalmente “o abismo”). A palavra “abismo” significa “impenetravelmente profundo”. Escritores apocalípticos judeus o chamavam de “o lugar onde espíritos andarilhos [fugitivos, vagabundos], estão confinados” (Jub. 5:6ss; Eth. En. 10:4ss; 11ss; 18:11ss; Jd. 6; 2 Pe 2.4).[9]
Terceiro, o Tártaro é somente um lugar temporário de juízo para os anjos ali confinados. No final da história desta terra, eles, juntamente com Satanás e os anjos caídos, serão destinados a um outro lugar de juízo: o eterno Lago de Fogo (Mt 25.41; Ap 20.10).
Quarto, Pedro deixou bem claro que esses anjos já estavam no Tártaro por causa de um pecado que cometeram antes que a carta fosse escrita. Esse pecado não foi o pecado angelical original, a saber, a rebelião contra Deus porque, se o fosse, então todos os anjos – inclusive Satanás – estariam ali confinados. Em vez disso, tinha que ser um pecado mais repugnante, cometido por esse grupo de anjos depois da rebelião original dos anjos contra Deus.
Antes e depois do tempo de Cristo na Terra, o entendimento sobre Gênesis 6.1-4 era de que “os filhos de Deus” (Gn 6.1) eram anjos que haviam se casado com “filhas dos homens” humanas, produzindo descendentes gigantes, que se tornaram “varões de renome” antes do Dilúvio. Esses anjos abandonaram sua esfera de influência designada e esvaziaram a residência dos anjos nos céus.
A Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento hebraico, produzida por estudiosos judeus dos séculos II e III antes de Cristo, indica que “os filhos de Deus” de Gênesis 6 eram anjos.[10] O Livro de Enoque (o qual Judas cita nos versículos 14-15) e o Livros dos Jubileus, literatura judaica produzida nos séculos II e III antes de Cristo, apresentavam a mesma visão.[11] O mesmo fez Josefo, o famoso historiador judeu do século I d.C.[12] Esta visão também foi a posição histórica da Igreja primitiva até o século IV d.C.
O juízo de Deus sobre os homens de Sodoma e Gomorra, e das cidades circunvizinhas, serve como exemplo daqueles que sofrerão a punição do fogo eterno (Jd 7).

Apóstatas do Novo Testamento

Começando no versículo 8, Judas aplicou o exemplo dos apóstatas do Antigo Testamento aos apóstatas do versículo 4, que haviam se infiltrado enganosamente para dentro das igrejas. Eram falsos profetas que afirmavam “ter visões e sonhos”,[13] criam que a graça de Deus permitia imoralidade sexual e desprezavam a autoridade do senhorio de Cristo em suas vidas. Além disso, como meros humanos, eles acharam que poderiam repreender os anjos.
Judas contrastou as ações deles com as de Miguel, o arcanjo (um anjo de alta posição), que, quando em disputa com Satanás acerca do corpo de Moisés, disse: “o Senhor te repreenda!” (v.9), em vez de ousar ele mesmo repreender Satanás. Judas usou esse exemplo para aconselhar os apóstatas a terem cuidado em repreenderem os anjos, que são muito mais poderosos que eles.
No versículo 10, Judas acusou esses apóstatas de blasfemarem sobre coisas que eles ignoravam e, como animais irracionais, se corromperem com coisas que entendiam por instinto natural.
No versículo 11, Judas declara: “Ai deles!”, por causa de três coisas que haviam feito:
1. “Porque prosseguiram pelo caminho de Caim”, rejeitando a ordem de Deus e a autoridade de Seu senhorio a fim de fazerem o que queriam.
2. “Movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão”. Assim como Balaão usou gananciosamente seu ministério profético para enriquecer, esses homens enganosamente afirmavam ter visões significativas em sonhos a fim de ficarem ricos.
3. “E pereceram na revolta de Corá”. Assim como Corá pereceu por causa de sua rebelião contra Moisés (Nm 16), esses apóstatas também pereceram por causa da rebelião contra os líderes da Igreja designados por Deus.
Deus certamente é rápido em perdoar e lento para se irar, mas finalmente Ele tratará da apostasia. (Renald E. Showers — Israel My Glory — Chamada.com.br)

Notas:

  1. Webster’s New International Dictionary of the English Language, 2ª.ed., não-simplificada (Springfield, MA: G. & C. Merriam, 1939), 127, s.v. “apostasy”.
  2. William F. Arndt e F. Wilbur Gingrich, eds./trad., “arche”, A Greek English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (1952: tradução e adaptação do Griechisch-Deutsches Wörterbuch zu den Schriften des Neuen Testaments und der übrigen urchristlichen Literatur, de Walter Bauer, 4ª ed.; Chicago: University of Chicago Press, 1957), 112.
  3. Otto Michel, “oiketerion”, Theological Dictionary of the New Testament (citado a seguir como TDNT), ed. Gerhard Friedrich, trad./ed. Geoffrey W. Bromiley, traduzido de Theologisches Wörterbuch zum Neuen Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1967), 5:155.
  4. Walter C. Kaiser, Jr., More Hard Sayings of the Old Testament (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1992), 35.
  5. Edwin A. Blum, Jude in The Expositor’s Bible Commentary (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1981), 12:390.
  6. Arndt e Gingrich, “pornéia”, 699.
  7. Ibid., “apérchomai”, 84.
  8. Ibid., “tártaroo”, 813.
  9. Joachim Jeremias, “abyssos”, TDNT, ed. Gerhard Kittel, trad./ed. Geoffrey W. Bromiley (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1964 ), 1:9.
  10. New Catholic Encyclopedia, 13:435, s.v. “Sons of God”.
  11. R. H. Charles, The Book of Enoch (Oxford: Clarendon Press, 1912), 14-15, 21. The Book of Jubilees (New York: Macmillan, 1917), 57–58, 68.
  12. Flavius Josephus, Antiquities of the Jews, 1.3.1 in The Complete Works of Flavius Josephus, trad. William Whiston (Chicago: Thompson & Thomas, n.d.), 32.
  13. Arndt e Gingrich, “enypniázomai”, 270.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Relatório comprova que Islã não é a “religião da paz” como insiste a mídia

Dos 452 ataques de 2015, 450 foram feitos por muçulmanos

Os ataques terroristas em todo o mundo nos últimos anos vêm colocando o islamismo na mídia constantemente. Em muitas ocasiões as agências de notícias e telejornais não fazem uma associação direta com a questão religiosa, tentando mostrar que são ações isoladas de uma “minoria” ou insistem que a motivação é política.
Sites como o Religion of Peace [Religião da Paz] e Jihad Watch [Vigia da Guerra Santa] fazem um acompanhamento em tempo real desse tipo de situação. No Religion of Peace, por exemplo, existe um contador que mostra o número de ataques acontecidos nos últimos dias, o número de mortos e o número de países em que ocorreram.
Na semana passada o “atentômetro” marcava 42 ataques, com 308 vítimas fatais, 376 feridos. Foram 10 atentados suicidas realizados em 13 países. Tudo isso somente na última semana. O registo dos últimos 30 dias aponta 164 ataques, com 1572 mortos durante 37 ataques em 26 países.
Por se tratar de um site americano, a data que se iniciou a contagem é o 11 de setembro de 2011, que marca a nova escalada do terrorismo global. Desde então foram 27623 ataques realizados em nome do Islã.
O site apresenta links para dezenas de notícias em sites mostrando esses ataques, sendo que muitos deles jamais foram noticiados por aqui. O objetivo é mostrar que o Islã não é a “religião da paz”, como a ideologia do discurso politicamente correto tenta impor.
Com o surgimento recente do termo “islamofobia”, líderes religiosos muçulmanos conseguiram popularizar a ideia, que foi encampada pela imprensa. Tampouco trata-se de uma questão restrita a uma minoria, uma vez que a morte de infiéis é incentivada pelo Alcorão e pela tradição islâmica (sunas).

Pesquisa comprova

Ao mesmo tempo, um novo estudo do Instituto de Estudos de Segurança Nacional da Universidade de Tel Aviv, Israel, comprova que, dos 452 ataques suicidas no ano passado, 450 foram realizadas por muçulmanos.
Os outros dois foram realizados na Turquia e não estava clara a motivação. Um foi realizado por um membro da minoria curda e o outro por uma mulher pertencente a um grupo de esquerda. Em ambos os casos, não há comprovação da afiliação religiosa dos terroristas, embora a polícia turca tenha dito que mulher foi radicalizada pela ideologia Wahhabi, um ramo do islamismo.
Yoram Schweitzer, que dirige o programa de estudos sobre terrorismo na Universidade de Tel Aviv, afirma que suas estatísticas não se baseiam somente no que diz a imprensa.
“Não são poucos os grupos que gostam de afirmar que realizaram ataques suicidas para parecerem mais importantes e poderosos. Nós sempre contamos com pelo menos duas fontes para determinar que um ataque suicida realmente aconteceu, os responsáveis e qual a motivação”, explicou Schweitzer.
Ele admite ainda que os números podem ser maiores, pois em países como a Síria e algumas nações africanas ocorrem muitas coisas que não chegam ao conhecimento público. Explica ainda que os recentes ataques de Paris foram contados como um único evento, embora envolvessem pelo menos sete terroristas. Com informações de The Blaze

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