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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Como pode ser moralmente correto os israelitas destruírem por completo os midianitas?

Ref. Números 31

De acordo com o registro dos acontecimentos em Números 31, Moisés comandou os israelitas para que destruíssem totalmente os midianitas. O versículo 8 declara que eles mataram todo midianita homem. O versículo 9 registra que eles levaram presas as mulheres e as crianças, e o versículo 10 afirma que os israelitas queimaram todas as cidades e acampamentos dos midianitas.

Ainda, no versículo 17, Moisés ordenou ao povo que matasse todo menino midianita e toda mulher 
midianita que tivesse coabitado com algum homem, deixando com vida apenas as meninas e as moças virgens.
Como tal destruição pode ser moralmente justificada?

Em primeiro lugar, lembremo-nos de que os midianitas foram os que corromperam o povo de Deus, levando-o à idolatria em Baal-Peor, o que resultou na morte de 24.000 israelitas com a praga que se seguiu (Nm 25:9). Era necessário eliminar totalmente essa má influência sobre Israel.

Além disso, não foi sob a autoridade de Moisés que Israel executou tal destruição. Antes, foi sob o comando direto de Deus. O versículo 2 registra a ordem dada por Deus a Moisés para que ele levasse a cabo a vingança do Senhor sobre os midianitas. A natureza abominável da influência que os midianitas tinham sobre Israel em levá-los à idolatria merecia o juízo destruidor de Deus, que tratou decididamente e com severidade esse câncer.

A justificativa moral para tal ação encontra-se no fato de que Deus tem o direito de dar e de tomar a vida. Como o salário do pecado é a morte, e como os midianitas envolveram-se num terrível pecado, eles apenas colheram as conseqüências da vingança de Deus sobre eles.

Outro detalhe muito importante que devemos nos ater é que naquela época o povo de Israel lutava diretamente contra seres humanos e não contra os seres espirituais da maldade como hoje (Ef. 6:12), e são contra esses que lutamos para lhes opor às obras más. Mas naquela época não era assim, e vale lembrar que somente contra as sete nações de Canaã é que havia a autorização de Deus para destruir, isso porque tais povos praticavam tanta abominação que ofendiam ao Senhor, pois seus atos eram bárbaros.

E foi por causa de tanta transgressão que a terra na qual vivam vomitou os seus moradores (Lev. 18:25). As abominações desses povos era tão grande que estavam envolvidos em todo tipo de perversidades (Lev. 18) tais como:
  1. incestos (Lev. 18:6-9);
  2. pedofilias (Lev. 18:10);
  3. sexo entre sobrinho e tia (Lev. 18:14);
  4. sexo entre o sogro e a nora (Lev. 18:15);
  5. sexo entre os cunhados (Lev. 18:16)
  6. sexo de um homem com uma mulher e sua mãe (Lev. 18:17)
  7. adultério (Lev. 18:20);
  8. o sacrifício de crianças (Lev. 18:21);
  9. sodomia (Lev 18:22);
  10. zoofilia (Lev 18:23);
Essas eram apenas algumas das maldades que esses povos praticavam, e Deus não queria o seu povo envolvido com esses males os quais contaminavam o povo para a maldade (v.24a). O Senhor deixa bem claro que essas coisas eram praticadas pelos povos (v.24b) os quais Ele havia mandado exterminar.

A terra se tornou um lugar contaminado por causa da maldade de seus habitantes (v.25a), e por esse motivo esses povos perversos estavam sendo expulsos (vomitados, v.25b) de sua habitação. Deus não estava sendo impiedoso com esses povos, pelo contrário, Ele foi em extremo bondoso com eles, algo que fica evidente em Gênesis 15 onde vemos Deus dando cerca de 400 anos para que os povos daquela região se arrependesse de seus pecados, o que não fizeram. O Senhor em sua imensa misericórdia esperou muito. 

Por fim, não podemos nos esquecer que o poder da vida e da morte está nas mãos do Senhor (Deut. 32:39) e Ele pode dar cabo da vida de quem quer que seja, caso seja mal e negligente. A exterminação total era para evitar futuras influências pagãs que poderiam fazer o povo se desviar da verdadeira adoração. Semelhante coisa um médico faz quando alguém está acometido de um câncer mortal o qual obriga o médico a extirpar radicalmente uma parte do corpo de um paciente para evitar a sua morte, salvando, assim, a sua vida.

Fonte: GEISLER, Norman; HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. 1ª Ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

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